Após meses de trabalho, caminhando de casa em casa para entrevistar famílias e obter informações para o Censo 2010, recenseadores do IBGE, em Joinville, reclamam de atraso no pagamento final – 13º salário e férias proporcionais. Entre agosto e outubro, aproximadamente 540 pessoas coletaram dados para o estudo. Outras denúncias como obrigar o trabalhador a pagar exame admissional e a falta de vale transporte também são reclamações constantes.
“A rescisão não foi paga ainda e chega há 42 dias. Tem gente esperando pelo salário há dois meses. Aqui em Joinville disseram que a responsabilidade do pagamento é da Unidade Estadual, em Florianópolis”, relata um dos recenseadores, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
O agente trabalhou durante 2,5 meses e cobriu três setores do bairro que escolheu para coletar informações. Segundo ele, há mais pessoas de Joinville que penam para conseguir os salários.
“Bastaria o IBGE cumprir o próprio edital 001/2010”, enfatiza o recenseador se referindo à cláusula 1.6 do documento: “Para a função de recenseador o contratado, no momento da rescisão, fará jus a 13º salário e férias proporcionais aos dias trabalhados e a remuneração da produção".
Em contrapartida, a coordenadora dos recenseadores de Joinville, Arlaine Sitta Lenzi, diz que a rescisão de todos está sendo feito agora e totalmente dentro da legalidade. “Já tem pessoas recebendo. Até final do ano todo mundo vai ter o pagamento”, explica.
Falta em Joinville menos de 1% de residências para serem visitadas. O Censo 2010 divulgou que a população da cidade é de 509.293. Na última pesquisa, em 2000, o município tinha 429.604.
Outros problemas
Além da reclamação de baixo salário, recenseadores em Joinville reclamam que pagaram do próprio bolso o exame médico para admissão. “É responsabilidade do empregador. E o IBGE nos fez pagar do próprio bolso a consulta particular com médico do trabalho, que custa entre R$ 18 e R$ 50. É pagar pra trabalhar”, destaca o recenseador.
Além disso, o ex-funcionário diz que não recebeu vale-transporte. “Fomos avisados para não se preocupar, pois nosso trabalho seria perto de casa. Mentira. Eu tive boa colocação no concurso e pude escolher o meu bairro. Mas, muitos não puderam escolher. E todos tinham que rodar de 5 a 30 quilômetros para is aos postos do IBGE levar dados”, denuncia.
Realidade parecida no Brasil
Os problemas com falta de pagamento ou salário menor do esperado ficou comum no Brasil. Recenseadores no Espírito Santo reclamam desde o primeiro mês de trabalho que a remuneração não era paga no dia correto.
Em Alagoas, muitos trabalhadores reclamam de receberem quantia menor do que a esperada. Esperando uma quantia entre R$ 800 a R$ 1200, os funcionários retiraram um valor referente ao número de casas que deveriam ser visitadas, mas que estavam fechadas. Alguns dizem que isso não foi informado.
Um comentário:
sou resenciador aqui em sao paulo, meu contrato foi encerrado em 31/11,
e ate agora não tenho nenhuma informacao do ibge sobre a resicao, no sitio de consulta não tenho mais acesso, gostaria de saber se aqui em Sao paulo tem mais alguem co esse problema.
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