sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Companhia Águas de Joinville mente e deixa moradores sem nada

Famílias que perderam seus móveis devido ao vazamento de uma subadutora da Companhia Águas de Joinville, no bairro Jarivatuba, reclamam da falta de assistência da empresa. Moradores ainda denunciam o terror psicológico feito por advogados, que ameaçaram inclusive de não ressarcir os móveis perdidos, caso procurassem a imprensa.

Na primeira quinta-feira do mês, dia 03, na rua Reinoldo Priester Sobrinho, funcionários da companhia trabalhavam no local quando estourou uma válvula, inundando três casas por completo, em questão de minutos.

A empresa afirmou em nota, divulgada na última semana, que os móveis das famílias atingidas estavam sendo entregues e ressarciriam tudo que elas perderam, como comida, roupas e remédios. Garantiram ainda hotel para ficarem enquanto a situação seria resolvida. No entanto, a situação é bem diferente nas residências das vítimas.

Na casa de Tânia Amabiles de Oliveira não há móveis nas salas, nos quartos e nem na cozinha, apenas duas camas, uma mesa e fogão. Ela mora com seus pais, doentes devido a um derrame, e um filho. Os muitos móveis que estavam na residência foram recolhidos pela CAJ e nem a moradora sabe onde foram parar. Tânia recebeu uma cesta básica da empresa e deu para a vizinha fazer o almoço da família, já que não há gás para o fogão.

Ela ressalta que agentes da companhia garantiram que os móveis seriam entregues até terça-feira (10). Além disso, seus pais tomam remédios, que também foram perdidos por causa da inundação. A família não foi ressarcida disso. “Não tem como ficar na casa, pois está totalmente sem móveis”, completa.

Aline Aparecida da Silva, que estava em um hotel pago pela empresa, mora agora com Tânia, pois não tem como morar em seu lar ainda. Conforme ela, a CAJ encerrou a conta no hotel Graciosa. A moradora, que tem uma filha de dois meses, recebia marmita, que também foi cortada.
A desculpa da Companhia Águas de Joinville é que a moradora está morando com Tânia, não precisando mais da ajuda. Por causa da inundação e da umidade, a filha de Aline teve que ser levada para o hospital por causa de tosse.

Enrolando

A CAJ afirmou que estava dando toda a assistência para as famílias, mas isso não acontece, segundo os moradores.
Além de todo o drama que Tânia passou porque sua residência estava sendo inundada com seus pais dentro, agora, ela tem que fazer o orçamento dos móveis que perdeu ao invés da empresa, que foi a responsável pela inundação.

Ela conta que fez o orçamento em três lojas da cidade e o mais barato foi R$ 15 mil. Segundo Tânia, o advogado da empresa ironizando explicou que as moradoras poderiam escolher se queriam pegar uma pequena quantia em dinheiro agora ou entrarem com um processo por danos morais para daqui há cinco anos ganharem bastante dinheiro. “Eles estão lidando com ser humano e não com bichos”, lamenta.

Terror psicológico
A moradora Tânia afirma que a Companhia Águas de Joinville coagiu a família para não falar com a imprensa, ameaçando que se isso acontecesse, elas não ganhariam nada.
No dia da reunião com advogados da CAJ, Tânia começou a chorar ao explicar a situação em que se encontrava. Conforme ela, o advogado perguntou em voz alta o motivo dela chorar. “Vou estar calma como?”, questiona. Ela explica ainda que a companhia não entendeu que a situação em que as famílias se encontram é ruim, pois perderam tudo. “Meu filho não vai para a escola há dois dias porque não tem roupa”, lamenta.

Tânia e Aline foram à reunião sozinhas e encontraram quatro homens na sala. “O advogado levantava a voz e trataram a gente como cachorro”, afirma. Para ela, estes representantes da CAJ só as trataram assim porque eram mulheres e estavam sozinhas. “Nós estamos nas mãos deles e estão se aproveitando da situação”, diz.

Dinheiro

Com a venda de lingeries Tânia incrementa seu salário. Ela guardava o dinheiro das vendas em seu guarda-roupa. No dia em que os agentes da CAJ limparam sua casa, tiraram o móvel junto com o dinheiro, que sumiu. A quantia seria de R$ 150, segundo a moradora. Ela pediu para a empresa a quantia. Mas representantes da companhia mandaram a moradora trazer todas as lingeries vendidas como prova para conseguir seu dinheiro de volta. Ou seja, teria que buscar nas casas dos seus clientes a roupa íntima e levar à empresa.

Um comentário:

Anônimo disse...

E a Engepasa não vai ser responsabilizada, afinal de contas ela foi a responsavel,cadé os defensores dos fracos e oprimidos dessa cidade?