segunda-feira, 15 de março de 2010

Nem Jesus Cristo é perfeito, afirma Dário Berger

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Candidato a candidato a governador de Santa Catarina, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB), afirma que não vacilaria em abrir mão da tríplice aliança que seu partido forma com o DEM e PSDB, se manter o grupo for uma ameaça para seu projeto político. "Meu sonho é ser governador de Santa Catarina", diz Berger, mas ponderando considerar legítimo que o DEM postule a cabeça de chave com o senador democrata Raimundo Colombo. O prefeito vai disputar prévias com o ex-governador Eduardo Pinho Moreira e adianta que não aceita sair como vice-governador, acrescentando que tem coragem suficiente para se candidar com chapa pura. Porém, ainda pretende dialogar mais pela manutenção da tríplice aliança. Encurralado por dois processos, um por ter dispensado licitação para montar em 2009 a árvore de Natal que custou R$ 500 mil aos cofres da Prefeitura, e outro por estar no quarto mandato consecutivo de prefeito (duas vezes em São José e duas em Florianópolis), fato que está em discussão no Supremo Tribunal Eleitoral (STE), Berger costuma responder aos adversários que nem Jesus Cristo foi perfeito e que nunca foi condenado pela Justiça. Berger esteve em Joinville ao lado do deputado federal Mauro Mariani (PMDB) e deu a seguinte entrevista:

Campanha já começou
“Estou percorrendo o Estado levando uma mensagem política com vistas às próximas prévias do PMDB. Não se trata de uma batalha de adversários, mas uma corrida de correligionários. Não tenho a pretensão de deixar de enaltecer os feitos de Eduardo Moreira, que por vários anos foi presidente do partido e prestou relevantes serviços ao partido. Venho para reconhecer o trabalho dele e para expressar o meu desejo de participar dessas prévias, no próximo dia 27. Sobretudo porque me dá a impressão de que o maior partido de Santa Catarina, de uma certa forma, estava sendo conduzido como coadjuvante das eleições que se avizinham. Penso que o PMDB, com sua musculatura, com o número de deputados, de prefeitos, vereadores que tem, com sua história de tradição democrática e que, depois da ditadura militar, jamais deixou de lançar candidato a governador, essa não seria a época para que nós nos submetêssemos a um projeto de coadjuvante. Nos deparamos com um quadro de poucas novidades e de muita letargia política. As pesquisas continuavam sempre as mesmas, permanecem inalteradas, não surgiu nenhum fato novo e o que tinha era que existia uma pré-disposição, indiscutível, da manutenção da tríplice aliança (DEM, PSDB e PMDB) e da polialiança que dá sustentação ao governo Luiz Henrique da Silveira. E como a quadro não se alterou, evidentemente o PMDB, que é relativamente rebelde, um partido guerreiro que tem uma militância forte com sede de rua, fui incentivado por alguns colegas prefeitos, deputados, vereadores, delegados, para que pudesse colocar meu nome também à disposição do partido para dar uma apimentada nesse conjunto”.

Sobre a disputa com Raimundo Colombo (quem responde é o deputado Mauro Mariani)
“A bem da verdade, o PMDB estava amortecido. Há 20 dias o partido estava acabrunhado, acomodado, cabisbaixo. Participei da reunião que decidiu pela prévia, quando o prefeito Berger se posicionou a pedido de companheiros de partido para concorrer ao cargo de governador. Naquele primeiro momento, entendi que a prévia seria um tiro no pé do partido, seria uma decisão equivocada. Mas hoje sei que foi a melhor decisão, porque esse período de tempo, embora curto, desde àquele dia até hoje, já podemos ver que o partido se mobilizou no Estado. O Barack Obama e a Hillary Clinton ficaram anos discutindo, brigando pela indicação do partido. Ganhou o Barack e a Hillary é sua principal assessora, fala em nome do governo americano. A disputa fortalece o processo, não desagrega o partido. Sobre o senador Raimundo Colombo (DEM), que disse que se o PMDB fizer prévia, o DEM está fora, pois o democrático entende que não pode haver prévia para ser vice, mas somente para ser candidato direto ao governo, e que o DEM e o PSDB se sentiriam mal. Pois então eu devolvo para o Colombo: então ele só quer o PMDB de vice? Então ele já disse que se nós não indicarmos o vice dele, ele não quer conversa. Devolvo para ele na mesma maneira que ele mandou para a gente: não pode ser assim, de ele só aceitar conversar se indicarmos o vice dele”.

Sobre os processos que enfrenta
“Sou um dos poucos brasileiros que tiveram o privilégio de ter quatro mandatos consecutivos, dois como prefeito de São José e dois como o de Florianópolis. Venci aqui no TRE e esse processo que me acusa que essa situação é irregular está no TSE. A que se eliminar essa insegurança jurídica que paira como uma espada sempre sobre a nossa cabeça, porque a rigor eu preenchi todos os requisitos legais pertinentes e minha candidatura foi homologada, concorri e venci a eleição, fui diplomado, comecei a governar mesmo com o inconformismo de meus tradicionais adversários que vivem sempre no tapetão. Não posso ser um prefeito, tenho que ser perfeito tamanha é a lupa que exercem sobre o meu mandato e minha administração. Estou tranquilo na metade do segundo mandato em Florianópolis. Seria absurdo agora ser considerado um prefeito itinerante, perder o mandato. É algo que foge da razoabilidade, muito embora eu tenho tido preocupação com relação ao processo. Acompanho o caso com minha assessoria jurídica e minha expectativa é de ser absolvido como já fui em todas as ações que julgaram contra mim. Então é o seguinte: puxem minha ficha no Tribunal de Justiça para ver se tenho alguma condenação. Agora, tenho vários processos, sou prefeito há 14 anos. Você sabe muito que se eu colocar uma máquina para limpar o rio Cachoeira, você pode levar um processo e isso pode virar um cavalho de batalha. Você faz uma propaganda institucional na televisão e isso pode virar um processo. Meus processos eu respeito, sou obrigado a responder. Teve o caso das licenças ambientais. Sabe quantas licenças foram assinadas em meu governo? Nenhuma. Todas foram todas assinadas no governo anterior ao meu e caíram no meu colo. Com relação aos processos, não sou perfeito, Jesus Cristo não é perfeito. Tive apenas uma condenação por chamar um cara de inútil. Não escondo quem eu sou, sabem que sou empresário, minha vida é um livro aberto, meu imposto de renda está à disposição e só tenho orgulho da minha vida.
Com relação à árvore de Natal eu respeito o processo, embora o considere injusto. Tínhamos feito uma programação com a árvore e isso deu um desgaste enorme para o nosso governo e a questão residiu na dispensa da licitação e que agora está sendo discutido o mérito. Porque a rigor você faz uma acusação que determinado projeto foi contratado sem licitação, então não pode, manda parar. Depois você vai argumentar, vai instruir, explicar e no final acaba vencendo porque muitas vezes se tomam decisões precipitadas. Porque esse processo foi uma nítida posição político partidária para exatamente diminuir os efeitos de um reveilon que seria magnífico sem um real da prefeitura, quem ia pagar seria a Oi. O Bradesco não paga a árvore no Rio de Janeiro? Só que a Oi não pode chegar lá e simplesmente fazer, tem um processo burocrático que acabou questionado, mas ganhamos no TJ. Pagamos R$ 500 mil pela árvore.
Respeito pelo atual vice-governador Leonel Pavan
Não podemos condenar ninguém. Tenho pelo Pavan admiração e apreço e esse denuncismo e estado policialesco que estamos vivendo enfraque a democracia e o desempenho dos governos. Estive na Coreia do Sul e pude perceber a cultura e o respeito aos poderes constituídos. Diferente do Brasil, onde a palavra de um prefeito muitas vezes vale menos que a de um parecer de um técnico, engenheiro, arquiteto. Você tem uma obra grande, licenciada, com a chancela dos setores públicos e de repente um simples denúncia, muitas vezes anônima, coloca em xeque tudo. O presidente Lula tem reclamado muito desse tipo de situação. Com relação a composições, eu escolheria o Mauro Mariane para ser meu vice, mas a decisão não seria minha, já que o PMDB tem cachorros grandes com poder de decisão.

6 comentários:

Anônimo disse...

Com um personalismo arraigado como esse, como pode um homem como o governador aceitar tal tolice. Está bem claro no projéto desse individuo é a ganâcia pura. Senhor Dário, va lavar a boca antes de se comparar a um ser humano Como foi Jesus Cristo.

Anônimo disse...

ESSES SAO OS POLITICOS QUE TEMOS HJ. PREOCUPADOS COM SEUS PROJETOS PESSOAIS,E O POVO, OPOVO QUE SE DANE
A MORALIDADE A ETICA . ISSO NAO ESISTE PARA ESSES ELEMENTOS
PORTANTO PENSEM BEM ANTES DE VOTAR

Anônimo disse...

Perfeitos são vocês bando de salafrários. Quererem se comparar a Jesus Cristo é o fim da picada. Jesus Cristo não rouba,não humilha,não se corrompe, não desvia verbas destinadas à saúde, as crianças e aos idosos.Sepulcros caiados, cânceres da sociedade.Entram na política apenas para satisfazerem os seus podres egos. Vermes não tementes a Deus. Deveriam ser castigados todas as vezes que pronunciarem o "Seu Santo Nome em Vão". Tenho pena de vocês, e espero não encontrá-los no mesmo local lá na eternidade.

Léo Gonzales disse...

Qual o problema de vocês não estarem postando os meus comentários? Ofendi alguém que vocês não gostaram? Tomara que não seja rabo preso com ninguém, porque assim ficaria muito difícil fazer jornal.Se o problema é o anonimato, prometo que das próximas vezes me identificarei sem problema algum. Quem não deve não teme.Não roubo,não sonego impostos,não corrompo ninguém e nem permito ser corrompido. Cadê a liberdade de expressão.

Reinaldo P. Gonçalves disse...

Quem é esse incrédulo mortal, comparar se a Jesus Cristo, ja demonstra o quanto o catarinense tem que pensar em quem se vota.

Anônimo disse...

Graças a Deus e ao Gazeta o PP só tem gente boa.