domingo, 16 de agosto de 2009

Gripe A: o problema é a falta de informação

A visão real sobre a gripe A no município de Joinville é menos temerosa que a visão construída pela imprensa, concluíram os técnicos em saúde que compareceram à reunião realizada hoje, dia 14, na Câmara de Vereadores para tratar do assunto.

O presidente, vereador Sandro Silva, pediu o apoio de outros parlamentares, médicos e dos religiosos presentes ao encontro para que atuem de forma preventiva juntos às comunidades, divulgando, especialmente, mensagem de ponderação e de tranquilidade. Até 9h desta sexta-feira, 13 casos apenas foram confirmados e 232 são suspeitos da nova gripe.

Destas suspeitas, 12 ocorrências estão sendo tratadas de forma intensiva. Estes números foram transmitidos por Geane Regina Vieira, gerente das unidades em vigilância em saúde de Joinville, e suscitaram o pedido imediato do vice-presidente da Câmara, vereador Maurício Peixer, para que o poder Executivo divulgue os números corretos sempre que possível.

“A prefeitura, a secretaria municipal de Saúde têm que adotar um posicionamento oficial e urgente com relação aos números verdadeiros. O pânico está instalado e agora estamos sabendo aqui que a situação não é esta, apesar de os postos de saúde e de os hospitais estarem lotados. Tem que haver coletivas de imprensa todos os dias, atualizando a situação, porque os jornais, as tevês, não está dando as orientações corretas; está contando os mortos, o que não ajuda em nada”, declarou Peixer.

Ana Maria Jansen, do Hospital Hans Dieter Schmidt, destacou que o pânico não gera o autocuidado das pessoas. Ela disse que apesar de todo o estresse nas emergências dos hospitais, a situação está sob controle.

Há classificação dos sintomáticos e encaminhamento para áreas restritas. Ana Maria disse, ainda, que é preciso orientar a população para que procure primeiro as unidades básicas, nos bairros. A mesma opinião é compartilhada pelo vereador Juarez Pereira, presidente da Comissão de Saúde. Ele acha que os postos de saúde têm que ser as unidades primárias de atendimento.

O diretor do Hospital Municipal São José, médico Tomio Tomita, acrescentou que os postos têm capacidade estrutural para fazer a triagem inicial e que devem ser o alvo inicial dos gripados.

Os representantes das igrejas católica, luterana e evangélica afirmaram que estão orientando os fieis com relação à higiene e cancelando grandes eventos eclesiásticos por precaução. Mas discordam que as igrejas devam ser fechadas, já que uma enfermidade gera um grande apelo religioso pela cura.

A representante do poder Executivo na reunião confirmou que, por enquanto, a questão não está sendo cogitada. “Num universo de cerca de 500 mil habitantes, apenas 13 casos nos deixam em uma situação tranquila, apesar do nível de alerta em que nos encontramos”, afirmou Geane Vieira.

Nenhum comentário: