Postado por: Rogério Giessel
Lula vai aonde base se divide e causa ciúme
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descumpriu a promessa de não se envolver nas disputas onde aliados estivessem em campos opostos e, em alguns Estados, sua participação já provoca queixas.
Desde que a campanha teve início, Lula gravou depoimentos de apoio a pelo menos 93 candidatos. Em várias destas cidades, a base aliada ao governo federal, composta por 14 partidos, está rachada.
É o caso de Feira de Santana, na Bahia, onde Lula gravou para o candidato do PT, Sérgio Carneiro, em detrimento do deputado federal Colbert Martins, do PMDB. Situação semelhante se repetiu em Nova Iguaçu, no Rio, onde o presidente gravou para o atual prefeito, Lindberg Farias (PT), o que incomodou o deputado federal Nelson Bornier, que disputa pelo PMDB.
Em São Luís, no Maranhão, quatro deputados de partidos aliados disputam a prefeitura, mas só Flávio Dino (PC do B) foi contemplado com mensagem de apoio gravada por Lula.
Outros exemplos: em Rondonópolis, Mato Grosso, Lula prestigiou Adilton Sachetti, do PR, que disputa com Zé Carlos do Pátio, do PMDB. Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Lula enviou depoimento ao candidato Paulo Pimenta, do PT, que disputa com Cezar Schirmer (PMDB).
A atitude do presidente incomodou ao menos dois ministros, segundo a Folha apurou. Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), do PMDB, além de apagar incêndios no partido, lida com insatisfações. José Múcio (Relações Institucionais), do PTB, também tem ouvido reclamações.
Coordenador político do governo, Múcio chegou a bancar publicamente que Lula e alguns de seus principais ministros, como Dilma Rousseff (Casa Civil), estariam fora dos palanques e, assim, não "desequilibrariam" disputas entre aliados neste primeiro turno. Acabou desmentido pelos fatos. Só Dilma já esteve até agora em dez municípios com o objetivo explícito de fazer campanha.
Nos bastidores, alguns partidos aliados acusam o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, de ter privilegiado o PT na divisão das gravações de Lula neste primeiro turno como estratégia em sua eventual tentativa de presidir o partido a partir do ano que vem.
Na reta final do primeiro turno, Lula deve fazer campanha em Mauá e São Paulo. São negociadas ainda visitas a Guarulhos, Osasco e São Bernardo. No segundo turno, o engajamento deve ser mais explícito.
Fonte: UOL
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