terça-feira, 9 de setembro de 2008

Tapeçaria de tear em auto-liço é a técnica utilizada por artista catarinense

Na quarta-feira (10/09), às 20 horas, a Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew, em parceria com a Fundação Cultural de Joinville, abre uma nova exposição de arte. O público vai conferir de graça as obras feitas com tapeçaria em tear de auto-liço, da artista catarinense Elke Hülse. É mostra “Alvo Vivo”, que fica exposta até o dia 3 de outubro.

A exposição é composta de várias tapeçarias pequenas confeccionadas em algodão, onde o tema é o olho desenhado para a tapeçaria. As tapeçarias maiores são confeccionadas no urdume com fio de nylon e na trama fio plástico de garrafa pet. Esse material não é convencional para tapeçaria e, por esse motivo, tem algumas restrições que exigem do tapeceiro habilidade e principalmente respeito e percepção tátil em aceitar as limitações impostas. Por outro lado, perceber e explorar outras peculiaridades enobrece e exalta a tapeçaria. A proposta do título da exposição enfatiza como o olho de qualquer forma viva é nosso primeiro contato.

A visitação vai até 3 de outubro, nos seguintes horários: de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das14 às 20 horas. As visitas monitoradas podem ser agendadas pelo telefone (47) 3433-2266, ramal 29, ou pelo e-mail galeriavk@joinvillecultural.sc.gov.br. A Galeria de Arte Victor Kursancew fica na Rua Dona Francisca, 800.

Tapeçaria

A tapeçaria em tear de auto-liço faz parte da história da humanidade há mais ou menos 3000 anos. Porém, somente há 500 anos existem registros de pintores responsáveis pelos desenhos criados e adaptados para a tapeçaria. Isso quer dizer que desde o século XV ao final do século XIX, a produção de tapeçarias no Ocidente foi patrocinada pelos reis, nobres e pela Igreja Católica. Os desenhos criados por artistas de renome dos diversos períodos da história, adaptados por desenhistas especializados em cartões para a tapeçaria e tecidos em ateliês onde somente homens trabalhavam. O serviço feminino era só de apoio no urdimento, separação de fios e acabamento.

Esse tear é assim denominado porque os liços funcionam independentes, e propiciam ao tapeceiro tramar desenhos bem elaborados. Essa técnica em tear provavelmente chegou ao Ocidente através da Turquia espalhando-se rapidamente pelos vários países da Europa.

No Uruguai, o tapeceiro Ernesto Aroztegui, na década de 70, desenvolveu um curso através dos cadernos tecidos, onde o aluno tapeceiro aprende a urdir o tear e com apenas cinco cores pré-escolhidas desenvolve vários exercícios. No primeiro caderno, explora os “Recursos Têxteis no Plano”, no segundo, o “Controle e Domínio das Formas” e, no terceiro, “Técnicas Tridimensionais e Franjas”.

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