Folha on Line
O crescimento da taxa de investimento na economia brasileira vem ocorrendo de forma mais sustentada por um período mais longo, disse nesta quarta-feira o coordenador das Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Roberto Olinto.
Ele lembrou que vem sendo registrada elevação da taxa acima dos 14% nos últimos cinco trimestres. Olinto acrescentou que esse crescimento vem sendo superior a 10% desde meados desde 2006.
"O aumento do investimento vem se mantendo em um nível alto por um período relativamente longo", afirmou.
PIB cresce 6,1% no segundo trimestre; no semestre, expansão é de 6%
O investimento, medido pela chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), cresceu 16,2% no segundo trimestre, se comparado a igual período no ano anterior, atingindo R$ 134,295 bilhões --é o maior incremento verificado para um trimestre, desde o início da série histórica.
Na comparação com o primeiro trimestre, houve incremento de 5,4%. De janeiro a junho, o investimento aumentou 15,7% em relação ao período de janeiro a junho de 2007, ficando em R$ 255,976 bilhões.
A taxa de investimento (FBCF/PIB), por sua vez, ficou em 18,7% no segundo trimestre, a maior para o período desde o início da série da pesquisa. No primeiro semestre, a taxa de investimento também bateu recorde, ficando em 18,5%, e em 12 meses, é de 15,5%.
Gerente das Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis comentou que o processo de elevação dos juros iniciado pelo BC (Banco Central) não influenciou o resultado do PIB. "Só houve uma alta dos juros no período", lembrou, destacando que a subida dos juros leva um tempo para impactar a economia.
Mesmo assim, Palis frisou que a taxa de juros Selic no segundo trimestre era de 11,7% ao ano, abaixo dos 12,3% ao ano verificados de abril a junho de 2007.
"Contribuiu para a ampliação da taxa de investimento o aumento do crédito de recursos livres para pessoas jurídicas, que teve expansão de 41,3% no período", explicou Palis.
Ao mesmo tempo, a necessidade de financiamento do país subiu para R$ 14,3 bilhões no segundo trimestre, ante capacidade de R$ 600 milhões no período de abril a junho do ano passado. Isso foi causado pelo aumento da remessa líquida de lucros e dividendos em R$ 5,6 bilhões no trimestre, e pelo redução do saldo externo de bens e serviços, que caiu de R$ 12,4 bilhões no segundo trimestre de 2007 para R$ 2,3 bilhões, de abril a junho deste ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário