Folha Online
Postada por Windson Prado
A taxa de câmbio teve uma oscilação bastante brusca nesta segunda-feira, com a euforia do mercado diante das medidas já anunciadas por governos europeus para enfrentar a crise dos créditos "subprimes". Nas operações finais de hoje, o dólar comercial foi cotado a R$ 2,145 na venda, em forte declínio de 7,30%. Trata-se do maior "tombo" para o preço da moeda americana desde agosto de 2002.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi negociado a R$ 2,290, em baixa de 5,37%. "Parece que finalmente o mercado viu alguma luz no fim do túnel", comentou Reginaldo Galhardo, diretor de câmbio da corretora Treviso.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) dispara 13,37% e atinge os 40.390 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,14 bilhões.
Após o pacote de US$ 700 bilhões aprovado pelos EUA no início do mês, os governos europeus tomaram a iniciativa de lançar um conjunto de ações coordenadas para enfrentar os problemas de liquidez e de capitalização do sistema financeiro, ao mesmo tempo que procuram evitar o pânico entre os correntistas.
"O otimismo ficou por conta da Europa, com essas medidas. O mercado também viu que o Banco Central liberando mais R$ 100 bilhões para dar liquidez aos bancos. Além disso, fez também outro leilão de 'swap' cambial. Essas medidas têm ajudado o mercado a sentir o empenho do governo para resolver essa crise", avaliou Reginaldo Galhardo, da corretora Treviso.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anuncia medidas para combater crise
As iniciativas podem se desdobradas em: injeção de mais recursos no sistema financeiro; a capitalização de bancos às voltas com grandes perdas, por meio da compras de ações; a garantia dos depósitos bancários, de modo a evitar o pânico e a corrida aos bancos, tal como visto na crise de 1929.
Europa libera trilhões
Hoje, os bancos centrais europeus já reforçaram a disposição anunciada neste final de semana ao comunicar a liberação de "quantidades ilimitadas" de créditos em dólares, a curto prazo, para ajudar os bancos. O governo alemão anunciou hoje um pacote de 400 bilhões de euros (US$ 545 bilhões) também auxiliar o sistema financeiro. Pouco mais tarde, o governo espanhol comunicou que vai reservar 100 bilhões de euros (US$ 135 bilhões) para ajudar os bancos do país até o final deste ano.
Contando as iniciativas já anunciadas por países fora do "zona do euro", como Inglaterra e Rússia, o montante de recursos para auxiliar o sistema financeiro já atinge US$ 2 trilhões.
Nos EUA, o Departamento do Tesouro comunicou que deve comprar ações de um "vasto número de instituições financeiras", também como parte do seu plano de resgate do sistema financeiro, aprovado no dia 3 de outubro.
E numa demonstração do alcance global da crise, os governos da Austrália, Portugal e Emirados Árabes Unidos também já anunciaram que vão garantir os depósitos bancários em seus países.
No front doméstico, BC também anunciou que pode injetar mais R$ 100 bilhões no sistema financeiro, por meio da liberação de mais parcelas do recolhimento compulsório dos bancos.
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