sexta-feira, 11 de junho de 2010

Importação de SC quase dobra em maio


As importações de Santa Catarina em maio de 2010 praticamente dobraram em relação ao mesmo período no ano passado. As compras externas do estado somaram US$ 919,6 milhões, com alta de 90,2%, puxada pela importação de insumos para a indústria como catodo de cobre refinado e seus elementos, laminados de ferro e aço e polietileno. Nesse mesmo período de comparação, o crescimento das exportações foi mais modesto, com embarques de US$ 701,3 milhões, e aumento de 15,7%, segundo dados divulgados pela FIESC nesta sexta-feira (11). O saldo negativo da balança comercial em 2010 se agravou e agora já acumula US$ 1,4 bilhão.

Para o diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma, embora o valor das importações de bens de consumo também esteja aumentando, o fato de predominarem os insumos para a indústria na pauta de importação é um paliativo. "Significa que estas importações ainda serão beneficiadas pela indústria, que se adaptou à conjuntura de câmbio valorizado e passou a importar matérias-primas para compensar a perda de receita com as exportações. Ou seja, ainda será agregado valor a maior parte dessa pauta de importações" diz. "Contudo, está em curso também um salto na importação de itens destinados ao consumidor final e isso deve ser visto com atenção, pois estamos gerando postos de trabalho no exterior", acrescenta.

No acumulado do ano, as importações totalizaram US$ 4,3 bilhões, com elevação de 67,7% em comparação com o mesmo período em 2009. Entre os principais produtos importados pelo estado estão catodo de cobre refinado e seus elementos (179,7%), laminados de ferro e aço (120,7%) e polietileno (69,9%) e fios de fibras, poliésteres e artificiais (40%).

De janeiro a maio, dos dez principais países de quem Santa Catarina mais importou estão a China, com compras de (US$ 1 bilhão), Chile (US$ 546,6 milhões), Argentina (US$ 419,5 milhões), Estados Unidos (US$ 315,5 milhões) e Alemanha (US$ 154,4 milhões).

Nesse mesmo período, as exportações somaram US$ 2,9 bilhões, alta de 13,7%. Os produtos com aumentos mais expressivos foram blocos de cilindros e cabeçotes para motores (145,7%), grãos de soja (44,5%), motocompressores herméticos (41%), carne de frango (20,8%) e produtos de madeira (19,6%).

Quaresma lembra que a competitividade internacional da indústria catarinense é uma das questões centrais do documento Desenvolvimento SC: uma visão da Indústria, que será debatido com os candidatos ao governo do estado. "O estado precisa recuperar o tempo perdido e criar um ambiente favorável à produção. Do contrário, os déficits da balança seguirão crescendo e poderemos enfrentar a desindustrialização, voltando a ser produtores e exportadores de commodities", afirma.

Para a FIESC, o salto nas importações está relacionado também aos incentivos que o estado oferece às empresas que importam pelos portos catarinenses. Parte das compras fica em Santa Catarina, mas uma boa parcela é distribuída a outros estados.

Embora em ritmo bem inferior às importações, as exportações catarinenses vêm crescendo desde fevereiro. Os Estados Unidos lideram como principal comprador do estado, com compras de US$ 351,7 milhões. Na sequência aparecem Países Baixos, com embarques de (US$ 276,5 milhões), Japão (US$ 183,8 milhões), Argentina (US$ 182,1 milhões), Alemanha (US$ 123,3 milhões) e Reino Unido (US$117,2 milhões).

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