terça-feira, 1 de junho de 2010

Inadimplência das empresas em abril tem a maior queda desde 2004


Após experimentar elevada inadimplência no decorrer de 2009, em razão da crise internacional e seus reflexos sobre o crédito, a inadimplência das empresas vem registrando sucessivas quedas neste indicador em 2010. Na variação de abril sobre março, a inadimplência das pessoas jurídicas recuou 15,3%, conforme revela o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas. Foi a maior queda para a relação entre estes mesmos meses desde 2004, quando houve recuo de 15,1%.

A queda foi influenciada pelo efeito calendário (abril teve 3 dias úteis a menos que março), e pelo do fato de que as dificuldades dos negócios estão diminuindo em decorrência do mercado interno aquecido, que gera receitas suficientes para honrar os compromissos atuais e resgatar as pendências passadas.

No 1º quadrimestre de 2010, em comparação com o mesmo período de 2009, a queda na inadimplência das empresas foi de 9,0%, sendo também a maior queda nesta relação desde 2004/2003, quando o recuo havia sido de 17,8%.

Na comparação de abril de 2010 com abril de 2009, por sua vez, a inadimplência das empresas registrou decréscimo de 6,5%. Foi o menor percentual na comparação anual desde abril de 2004. No quarto mês daquele ano, a queda foi de 22,2% ante abril de 2003.

Cabe lembrar que 2004 foi um período favorável para a economia brasileira, ano em que o PIB cresceu 5,7%, o crédito com recursos livres para as empresas evoluiu 16,6%, com baixa inadimplência, que regrediu 19,4% sobre 2003.

Destacam-se que as comparações com 2009 confrontam duas conjunturas econômicas distintas: o atual vigoroso crecimento da economia com os primeiros sinais de saída da crise financeira, a partir do quarto mês do ano passado.

A decomposição do indicador mostra que a queda na inadimplência das empresas em abril foi puxada pelo menor volume de títulos protestados (-22,1%), que contribuiu com recuo de 8,9% na variação mensal. Os cheques devolvidos por falta de fundos (CCF), recuando 18,4% no mês de abril, deram a segunda maior contribuição, com recuo de 6,8%.

Na análise por porte, na comparação mensal, abril frente a março deste ano, as médias empresas apresentaram uma queda maior na inadimplência, de 18,7%, seguidas pelas pequenas, com recuo de 15,3%, e as grandes, também com decréscimo, de 7,9%. Na relação anual, abril 2010/2009, as variações são de -20,4%, nas médias; de -17,5% nas grandes; e de -5,4% nas pequenas.

As empresas estão conseguindo se recuperar graças ao forte crescimento da economia brasileira, apoiado na demanda das famílias. A oferta de crédito às empresas ainda não se normalizou desde a crise financeira, de forma que o caixa, o capital próprio, tem sido determinante para a condução estratégica dos negócios.

A perspectiva é de que a inadimplência das empresas continue em queda por todo o segundo semestre, buscando seu patamar histórico. A oferta de crédito tende à normalização gradual.

Nenhum comentário: