quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Aterro Industrial causa mau cheiro para população

Gisele Krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br

Os moradores da região próxima ao Aterro Industrial mantido pela Essencis Soluções Ambientais sofrem com o mau cheiro nas últimas semanas. A empresa está localizada na Rua dos Bororós, no Distrito Industrial, em frente ao Aterro Sanitário de Joinville. Além do odor podre, também é sentida a presença de produtos químicos, igual a fertilizantes. Diversas pessoas procuraram médicos por causa de vômitos, dores de cabeça e confusão mental.

A dona de casa Darci Furlani, 52 anos, teve irritação na garganta, dor de cabeça, vômito e sangramento no nariz. “Eu fiquei apavorada. Pensei que ia morrer”, lembra. Ela mora na Estrada da Ilha, perto do Joinville Country Club, em Pirabeiraba.

Na igreja que ela frequenta - comunidade Santa Catarina de Alexandria, em Pirabeiraba – a situação é pior. As pessoas chegaram a verificar os túmulos para ver se não tinha nenhum aberto. “O cheiro era de carne podre misturado com fertilizante”, explica.

Foram chamadas Vigilância Sanitária, Prefeitura e Fundema (Fundação do Meio Ambiente) para resolver o problema. Pois o mau cheiro era sentido em Pirabeiraba, Distrito Industrial e em parte do Costa e Silva.

Problema é causado pelo Aterro Sanitário

Desde o dia 23 de novembro, toneladas de frangos vindos do Porto de Navegantes vieram para a Essencis. Ao todo, foram jogados 20 mil toneladas de frango, ou seja, aproximadamente 20 milhões de quilos de carne. O produto estava estocado quando houve um incêndio no porto. A carga não pode ser aproveitada.

Conforme assessoria da Fundema, a empresa Essencis Soluções Ambientais já foi notificada. Uma equipe visita diariamente as instalações para verificar os procedimentos para resolver o problema. O prazo para  regularizar a situação é até o próximo domingo (20).

A Essencis tem licenciamento desde o ano 2000 para trabalhar com aterro industrial. Ao todo, são quatro aterros em Santa Catarina. O único produto que eles não podem receber são os radioativos. Não há restrição para orgânicos e que causam cheiro, como carnes.

Em nota enviada à imprensa, a Essencis destaca está tomando todas as providências cabíveis para neutralizar todo o odor que este tipo de resíduo provoca e informa que tem capacidade técnica para receber todo este resíduo. Explica ainda que o cheiro de produto químico é causado pela mistura de carne com cargas de cal e que tem da Licença Ambiental de Operação para fazer este tipo de serviço.

Prefeitura é negligente com população

Quando o cheiro começou a piorar, na última segunda-feira (14), Darci ligou para a Vigilância Sanitária para pedir ajuda. Ela foi instruída a comunicar o que estava acontecendo à ouvidoria da prefeitura. Mas a resposta que teve é de que o fiscal não tem tempo para ver isto e a prefeitura iria demorar mais de 15 dias para atender a solicitação da dona de casa.

“Se eu tiver que esperar 15 dias, tem que fechar a prefeitura”, desabafou Darci. Conforme ela, a instrução que teve da menina da ouvidoria era para primeiro localizar o local de onde vinha o cheiro. “Como eu vou entrar nos lugares para saber onde está o problema se eu não tenho credencial”, alega.

Já quando a dona de casa ligou à Fundema, o atendimento foi rápido. Conforme a assessoria de imprensa, a equipe foi imediatamente buscar as causas do mau cheiro. Primeiro foram vistoriar o Aterro Sanitário. Como não havia problema, passaram para o Aterro Industrial, onde foi encontrada a causa.

Quem tiver outras denúncias para fazer à Fundema, pode ligar para o Plantão no 0800-643-7788. A ligação é gratuita. Também pode entrar em contato pelo número 3433-2230. O horário de atendimento é das 8 às 17 horas.

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