Gisele Krama e Jacson de Almeida
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A moradora do bairro Ulysses Guimarães, Lucinéia de Almeida, 33 anos, recebeu um inusitado “presente de natal”. Mesmo com apenas uma torneira em casa, o valor de sua conta de água chegou a R$ 335. Como ela não tem condições de pagar, a dívida passa de R$ 1,5 mil. O fornecimento de água na casa dela pode ser desligado a qualquer momento.
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A moradora do bairro Ulysses Guimarães, Lucinéia de Almeida, 33 anos, recebeu um inusitado “presente de natal”. Mesmo com apenas uma torneira em casa, o valor de sua conta de água chegou a R$ 335. Como ela não tem condições de pagar, a dívida passa de R$ 1,5 mil. O fornecimento de água na casa dela pode ser desligado a qualquer momento.
Lucinéia mora numa região pobre. Seu marido, Jailson Martins, 33 anos, é pedreiro e ganha aproximadamente R$ 500 por mês. Com esse dinheiro, eles sustentam os sete filhos. Jailson foi várias vezes à Companhia Águas de Joinville e não conseguiu reduzir o valor da dívida e fazer negociação.
A casa de Lucinéia tem uma torneira e um chuveiro. Conforme ela, o consumo de água é pouco. Como a renda da família é baixa, ela teria direito à tarifa social. Mas nunca foi avisada deste benefício.
A assessoria de imprensa da Companhia Águas de Joinville (CAJ) disse que chegou a entregar panfletos explicativos sobre a tarifa social naquela região. Uma equipe irá na terça-feira (08) até a casa de Lucinéia verificar a situação. Ela também será enquadrada na tarifa social e poderá ter abatimento da dívida em até 70%.
Esgoto invade casas em dia de chuva
Para piorar a situação da moradora, o esgoto em frente da casa está entupido. A água podre invade a rua e chega até as casas em dias de chuvas. Um dos filhos de Lucinéia – Kelvin, de 7 anos - caiu duas vezes na vala. “Sempre cai alguma criança ali”, lamenta.
O carro da Secretaria Regional passou diversas vezes pelo local, mas nenhuma atitude foi tomada. Normalmente as regiões de ocupação não recebem atenção do Poder Público. Mas a moradora garante que onde mora é área regular e que pagou pelo terreno e pela casa.
“Não vou botar minha mão para limpar”, diz Lucinéia. Ela conta ainda que uma vizinha que limpou a vala pegou leptospirose. Para a dona de casa a melhor coisa é quando o mato cresce e cobre a água podre.
Mas não são somente as crianças que caem no local. Carros já foram parar na água de esgoto. Além disto, muitas cobras vivem ali, oferecendo risco para os pequenos que brincam perto.
O secretário da Regional do Paranaguamirin, Lioilson Mário Corrêa, explica que dentro do possível estão fazendo mutirões para limpar as valas da região. No entanto, falta estrutura para resolver todos os problemas em apenas 11 meses. Ele garante que nesta terça-feira irá até a casa de Lucinéia ver a gravidade da situação.
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