terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MP investiga esquema de armas e fugas no Presídio Regional

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

A detenção do agente prisional Renato de Oliveira, nesta segunda-feira (14), por determinação judicial, faz o Ministério Público e a Polícia Civil acreditar estarem próximos de desbaratar um esquema de fugas, de entrada de celulares, armas e entorpecentes que vinha ocorrendo no Presídio Regional de Joinville. Com 20 anos de serviço público, Renato era investigado desde a fuga em massa ocorrida no presídio em 4 de outubro último, ocasião em que dois detentos foram mortos pela Polícia Militar e um soldado perdeu a vida quando a viatura que ocupava, a caminho da ocorrência, envolveu-se num acidente com um trem.

Em entrevista coletiva no Fórum, o promotor público Andrey Cunha Amorim, da Subcoordenadoria de Investigações Especiais do MPE, deixou claro que outros agentes estão na mira da Justiça. “Os trabalhos de investigação não estão encerrados e outros agentes podem estar envolvidos”, afirmou Andrey. Também participaram da coletiva o delegado regional, Dirceu da Silveira, e o coronel Ricardo Broering, comandante da 5ª Região da Polícia Militar.

Prevenção de fim de ano

A operação pente-fino dentro do presídio, deflagrada após a prisão de Renato, aconteceu na segunda-feira pela manhã, e teve a participação do MP e das polícias Civil e Militar. O objetivo era evitar uma nova fuga dos detentos no fim do ano e localizar celulares, armas e drogas. Todas as alas foram revistadas, sendo encontrados oito aparelhos de celulares, nove chips de telefonia móvel, 14 buchas de maconha, dois carregadores de celular e 21 armas artesanais.

O MP está convicto sobre a participação de Renato na entrada da arma usada pelos detentos na fuga de 4 de outubro. Além disso, o agente é acusado de cometer desleixos no cumprimento de regras básicas dentro do presídio. Segundo acusações, naquele dia ele largou do serviço às 8h e a fuga começou às 8h15. Antes, porém, o café da manhã foi servido com a presença de apenas um agente, quando o certo é que dois funcionários façam a tarefa.

E na noite anterior à fuga, foram os presos mais perigosos que fizeram a limpeza do pátio externo, outro procedimento não-recomendado. Renato foi indiciado por corrupção, facilitação de fuga e entrada de arma de fogo no presídio. Também foram indiciados seis detentos.

O delegado regional Dirceu da Silveira disse que durante as investigações foram realizadas dois mandados de busca e apreensão, uma na residência de Renato, onde R$ 1,2 mil foram apreendidos, e outra na casa de outro agente, cujo nome não foi revelado. Dirceu negou que no esquema investigado dentro do presídio haja a participação de alguma facção criminosa. Por enquanto, a direção do presídio não foi responsabilizada por qualquer irregularidade.

2 comentários:

Nikola Tesla disse...

Excelente! Se ele gosta tanto de ajudar os presos, que o faça de dentro das celas.

CADEIA!

Anônimo disse...

É só fazer mais uma cerca em volta de todo o presídio.
Pode ser de arame mesmo.
Havendo fuga do presídio não consegiriam passar pela cerca externa.
Simples.
Seriam capturados no espaço entre o os muros do presídio e a cerca externa.
Engraçado, mas essa simples idéia é dificil demais para político entender.