CEI Espinheiros deve ter nome da menina morta em brinquedo

Gisele Krama
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Dinilson Vieira
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Ganha força a cada dia a proposta de dar ao CEI (Centro de Educação Infantil) Espinheiros o nome de Kelly Kruger, a menina de 6 anos que em 3 de março deste ano morreu ao brincar numa balança do parquinho da unidade escolar sob responsabilidade da Prefeitura. Caso não seja possível mudar o nome da escola, a ideia é que pelo menos uma das salas de aula seja batizada de Kelly. Este seria o último ano de Kelly matriculada na unidade, onde frequentava desde 2006. Em 2010 ela iniciaria o primeiro ano do ensino fundamental.

Comprovou-se após o acidente que a estrutura do brinquedo estava podre, causando a queda de uma viga de madeira sobre Kelly e numa outra menina, que ficou ferida. A Prefeitura chegou a abrir sindicância para apurar o caso e a conclusão foi que nenhum servidor da Secretaria de Educação seria responsabilizado pela morte.

“Se a escola recebesse o nome dela, seria uma homenagem justa à minha filha. Com certeza, a morte serviu de alerta para que outros acidentes não aconteçam em escolas municipais de Joinville”, afirma Zenaldo Kruger, pai da menina. No próximo dia 19, Zenaldo muda com a mulher e outros dois filhos (Eirck, 14 anos, Patrick, 12) para São Bento do Sul. Segundo ele, o motivo da mudança nada tem a ver com a morte da filha. “São de ordem profissional”, completa.

Muito querida

Agora, está nas mãos do prefeito Carlito Merss (PT) acatar ou não a moção aprovada em plenário da Câmara, de autoria da vereadora Zilnete Nunes (PP), que pede a mudança de nome do CEI Espnheiros para Princesinha Kelly. Zenaldo disse que em conversas recentes com a diretora da unidade, Elisete Zoboli, houve o consenso de que pelo menos uma sala de aula poder ganhar o nome de Kelly. “Todos estão de acordo, pois Kelly era muito querida e defendia como ninguém a escola e uma professora de nome Ângela”, afirma o pai.

Após o acidente, a Vigilância Sanitária interditou o CEI Espinheiros e as crianças passaram a ter aulas provisoriamente numa escola vizinha. O CEI está sendo reformado nas partes estrutural, hidráulica e elétrica. Todos os brinquedos do parquinho foram removidos para dar lugar a outros novos. Zenaldo visita as obras pelo menos uma vez por semana para fiscalizar se o serviço está sendo bem feito.

As obras de jardinagem devem acabar na próxima semana. Já o parquinho será refeito e instalado em janeiro de 2010. O arquiteto responsável por projetar os novos brinquedos é Jordi Castan. Conforme o coordenador de Obras da Secretaria da Educação, Edgar Carvalho, a estrutura do parque será bem diferente da antiga. Segundo Edgar, toda a área não edificada do CEI deverá receber cobertura, conforme solicitado pelos pais.

Pai diz que prefeito não atende telefone

A família de Zenaldo Kruger entrou com ação cível indenizatória contra a Prefeitura de Joinville no valor de R$ 598.920,00 como forma de pedir justiça sobre a morte da pequena Kelly. Zenaldo diz que passou maus momentos após o acidente com a filha, com dívidas que chegaram a R$ 10 mil entre atrasos de aluguel e de prestações do carro que usa para trabalhar como autônomo na área de cosméticos.

Disse sentir-se magoado com o prefeito Carlito Merss e com a secretária de Assistência Social, Rosemeri Costa. “Os dois estiveram em minha casa dias após a morte e contei sobre as minhas dificuldades. O prefeito me deixou um cartão, dizendo para telefonar sempre que precisasse e ele nunca atendeu uma ligação. Certa vez fui à Secretaria de Assistência, não fui atendido pela secretária e me aconselharam a me cadastrar no programa Bolsa Família. Mas meu perfil nada tem a ver com esse programa. Achei a proposta absurda”, declara Zenaldo. Por outro lado, ele elogia o atendimento psicológico que obteve no Posto de Saúde do Comasa. “A psicóloga foi muito profissional”.