Escolas estaduais estão sem uniformes

Pais de alunos de escolas estaduais reclamam da falta de uniforme para os estudantes. Desde o começo deste ano as crianças não recebem as roupas e calçados que deveriam ser enviados pelo Governo Estadual. Por enquanto, os estudantes devem comprar o uniforme.

Como não foram dadas as roupas no começo deste ano, a previsão era para o segundo semestre. Mas nada chegou até agora. A secretária da Escola Estadual Conselheiro Mafra diz que nenhum uniforme foi enviado até agora, e que estas roupas deveriam ter sido entregues.

Já na escola Rui Barbosa a situação está complicada. A previsão é de que venha em 2010. “Vem em 2010 porque é ano eleitoral”, brinca uma secretária.

A Gerência Regional de Educação (Gered) admite que este ano não foi entregue o uniforme. O supervisor de Apoio ao Estudante, Roberto Valêncio Gomes, diz que a matrícula não dá direito ao uniforme. E completa que só será entregue no primeiro dia letivo. Conforme ele, a ordem para as escolas é não exigir uniforme.

As roupas que devem ser entregues pelo Governo do Estado são de inverno e verão. Os conjuntos são formados por camiseta, bermuda, agasalho, chinelo e tênis.

A partir de 2010, a Secretaria Estadual de Educação vai alugar um galpão em Joinville para estocar os uniformes de toda Santa Catarina.

Falta de uniforme é discutida na Alesc

As falhas na entrega dos uniformes vêm ocorrendo desde 2008. Tanto que este assunto foi parar na Assembléia Legislativa. Os uniformes não foram entregues no início daquele ano e foram prorrogados para maio. Era julho de 2008 e nada havia sido entregue.

O deputado de oposição Joares Ponticelli (PP) diz que denunciou o superfaturamento da compra, a ausência de empresas catarinenses no processo de licitação e o fato de a distribuição de uniformes só acontecer em ano eleitoral.

Outro fator denunciado é o aumento em quase 100% no valor gasto com uniforme, mesmo com a diminuição de dois mil alunos na rede estadual. Em 2006, o custo total dos kits foi de R$ 26,7 milhões, enquanto em 2008 os gastos chegaram a R$ 42,6 milhões. A desculpa dada pelo governo é de que a inflação chegou a 11,29%.

Já para este ano, o problema também esteve na licitação. Um mandado de segurança questionou o veto feito pela Secretaria Estadual de Educação de a uma empresa concorrente. O atual secretário é Paulo Bauer, deputado federal licenciado.