quinta-feira, 10 de junho de 2010

É Proibido Fumar ganha como melhor longa no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro


Evento reuniu os grandes nomes do setor nesta terça-feira, dia 08 de junho, no teatro João Caetano, no Rio de Janeiro
foto: Marcio Nunes


A atriz Dira Paes abriu a nona edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, o maior prêmio do cinema nacional, realizado pela Academia Brasileira de Cinema e a Prefeitura do Rio de Janeiro, que premiou 27 vencedores com o Troféu Grande Otelo.

Os atores Ingrid Guimarães e Murilo Rosa foram os apresentadores da noite que reuniu mais de 1200 pessoas, dentre eles artistas, diretores e produtores de cinema. Este ano a cerimônia teve como inspiração o tema "o melhor lugar para assistir a um filme é no cinema". Trechos de filmes consagrados, como os realizados pelos irmãos Lumière, ilustraram a evolução das salas de cinema desde 1930.

Deborah Secco entregou o prêmio de melhor atriz e ator coadjuvante para Denise Weinberg, por Ruiva, em Salve Geral, e Chico Diaz, como camelô, em O Contador de Histórias. Denise agradeceu a Sergio Rezende, que lhe ensinou “o que era cinema e o que era teatro”.

A surpresa da noite ficou por conta da presença de Glória Menezes, que subiu ao palco para homenagear Anselmo Duarte, falecido em setembro de 2009, aos 89 anos. A atriz leu um texto escrito por Ignácio de Loyola Brandão, que mantinha uma amizade com o ator e diretor, e emocionou a todos.

Gloria lembrou do tempo que trabalharam juntos no filme O Pagador de Promesas - único filme brasileiro a vencer o maior prêmio mundial de cinema, a Palma de Ouro do Festival de Cannes, em 1962, e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1963 - e falou da alegria de viver de Anselmo, e disse que “ele sim sabia contar histórias e encantar o público”.

A homenagem foi seguida de uma exibição de trechos de filmes do ator, como Tico Tico no Fubá, Absolutamente Certo, O Caso dos irmãos Nave, Juventude e Ternura, O Descarte e A Brasa Adormecida.

Silvia Rabello entregou o Prêmio Especial de Preservação para Alice Gonzaga, que desde 1970 está a frente da Cinédia, e na década de 90 começou a realizar um trabalho de restauração, digitalização e catalogação dos filmes brasileiros. Alice disse que “todos os filmes são patrimônio do Brasil e feitos para que o público se divirta, como sempre quis Anselmo”. Ela terminou o discurso desejando vida longa ao cinema brasileiro.

Amir Labaki entregou o prêmio de melhor longa-documentário para o filme Simonal, Ninguém Sabe o Duro que Dei. Sérgio Sá Leitão, presidente da RioFilme, que apóia pelo segundo ano consecutivo o evento, entregou o prêmio de melhor longa-metragem nacional eleito pelo voto popular para o filme Se Eu Fosse Você 2, e destacou que em 2009 o cinema brasileiro alcançou a marca de 100 milhões de ingressos vendidos.

Daniel Filho, diretor da obra, subiu ao palco e agradeceu ao público alcançado de mais de 6 milhões de espectadores, e disse que a noite também foi importante por causa da homenagem a Anselmo.

José Wilker deu o prêmio de melhor atriz para Lilia Cabral, por Se Eu Fosse Você 2, e a atriz subiu ao palco emocionada e disse que “foi uma grande surpresa receber o prêmio”, e que se sentia lisonjeada, e havia aprendido muito com as amigas atrizes que foram indicadas ao prêmio: Deborah Bloch, Glória Pires e Andréa Beltrao. “A partir de agora já posso dizer que faço cinema também”, disse Lilia.

Luana Piovani arrancou suspiros ao entrar no palco em um longo vestido verde estampado para entregar o prêmio de melhor ator para Tony Ramos por Se eu Fosse Você 2. Tony se emocionou e disse que há 46 anos faz da profissão um modo de vida, e agradeceu o convite de Daniel Filho para fazer o filme, sucesso de bilheteria.

Ele terminou o discurso dizendo que o prêmio era a “cereja do bolo” e declarou publicamente que amava sua mulher, Lidiane, por estar a 41 anos a seu lado apoiando sua profissão e “por dividir com ele o silêncio”.

José Padilha, vencedor em 2008 da categoria melhor direção por Tropa de Elite, entregou o prêmio de melhor direção no ano de 2009 para Ana Muyllaert, por É Proibido Fumar. Ela dedicou o prêmio a todos os diretores presentes e disse que decidiu ser diretora de cinema quando assistiu a Amaccord, de Fellini.

Roberto Farias, presidente da Academia, entregou o último prêmio da noite,
o de melhor longa de ficção para É Proibido Fumar, que terminou a noite como
o grande vencedor da noite com cinco estatuetas.



VENCEDORES


MELHOR LONGA-METRAGEM DE FICÇÃO
É PROIBIDO FUMAR de Anna Muylaert. Produção: Anna Muylaert, Maria Ionescu e
Sara Silveira por Dezenove Filmes.


MELHOR LONGA–METRAGEM DOCUMENTÁRIO
SIMONAL – NINGUÉM SABE O DURO QUE DEI de Calvito Leal, Claudio Manoel e Micael Langer. Produção: Raul Schmidt por Jaya, Roberto Berliner e Rodrigo Letier por TvZERO, Carlos Paiva e Isabelle Tanugi por Zohar Cinema, Claudio Manoel e Manfredo G. Barreto.


MELHOR LONGA–METRAGEM INFANTIL
GRILO FELIZ E OS INSETOS GIGANTES, O de Walbercy Ribas e Rafael Ribas.
Produção: Juliana Ribas por Start Desenhos Animados.


MELHOR LONGA–METRAGEM ANIMAÇÃO
GRILO FELIZ E OS INSETOS GIGANTES, O de Walbercy Ribas e Rafael Ribas.
Produção: Juliana Ribas por Start Desenhos Animados.


MELHOR DIREÇÃO
ANNA MUYLAERT por É Proibido Fumar


MELHOR ATRIZ
LILIA CABRAL como Mercedes por Divã


MELHOR ATOR
TONY RAMOS como Claudio por Se Eu Fosse Você 2


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
DENISE WEINBERG como Ruiva por Salve Geral


MELHOR ATOR COADJUVANTE
CHICO DIAZ como camelô por O Contador de Histórias


MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
RICARDO DELLA ROSA por À Deriva


MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
CLAUDIO AMARAL PEIXOTO por Besouro


MELHOR FIGURINO
MARÍLIA CARNEIRO por Tempos de Paz


MELHOR MAQUIAGEM
MARTÍN MACIAS TRUJILLO por Besouro


MELHOR EFEITO VISUAL
MARCELO SIQUEIRA, ABC por Besouro


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
ANNA MUYLAERT por É Proibido Fumar


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
BOSCO BRASIL por Tempos de Paz. Adaptado da obra “Novas Diretrizes em Tempos de Paz” de Bosco Brasil.


MELHOR MONTAGEM DE FICÇÃO
PAULO SACRAMENTO por É Proibido Fumar


MELHOR MONTAGEM DE DOCUMENTÁRIO
KAREN AKERMAN e PEDRO DURAN por Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei


MELHOR SOM
DENILSON CAMPOS e PAULO RICARDO NUNES por Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei


MELHOR TRILHA SONORA
MARCIO NIGRO por É Proibido Fumar


MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
BERNA CEPPAS por Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei


MELHOR CURTA-METRAGEM FICÇÃO
SUPERBARROCO dirigido por Renata Pinheiro


MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
DE VOLTA AO QUARTO 666 dirigido por Gustavo Spolidoro


MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO
MENINO QUE PLANTAVA INVERNOS, O dirigido por Victor-Hugo Borges
JURO QUE VI: O SACI dirigido por Humberto Avelar


MELHOR LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO
BASTARDOS INGLÓRIOS (Inglourious Basterds, ficção, EUA) - dirigido por Quentin Tarantino. Distribuição: Universal Pictures/Paramount Pictures.

Nenhum comentário: