quinta-feira, 10 de junho de 2010

Vendas de SC têm queda em abril, mas crescem 5,3% no quadrimestre


As vendas reais da indústria catarinense, em abril, registraram queda de 4,6% em relação a março, afetadas pela retração da demanda nos mercados europeu e interno. Contudo, no quadrimestre, o faturamento das 200 médias e grandes empresas pesquisadas pela FIESC teve variação positiva de 5,3% em comparação com o mesmo período em 2009.

Para o diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma, no primeiro trimestre, as atividades industriais registraram expansão ainda puxadas pelos últimos meses de incentivos fiscais em setores como o automotivo e de máquinas e equipamentos. Para ele, a queda no faturamento de abril se deve à redução gradativa desses benefícios, que por um período ajudaram a aquecer a economia.

"Março foi um mês atípico, com vendas acima da média, também em função do fim dos estímulos. Além disso, a situação de crise no mercado europeu também está diminuindo as demandas daquela região", disse Quaresma. Ele lembra que entre os principais parceiros comerciais de Santa Catarina estão países como a Alemanha e a Holanda, que integram a Zona do Euro.

Dos 16 setores pesquisados em abril, 15 tiveram queda nas vendas em relação a março. Entre as atividades industriais com maiores decréscimos estão produtos diversos, que contempla itens como equipamentos odontológicos, escovas, vassouras e pincéis, teve queda de 17,8%.

Também foi registrada variação negativa nos segmentos máquinas, aparelhos e materiais elétricos, (-17,7%), produtos têxteis (-12,6%), metalurgia básica (-10,8%), móveis (-9,5%), produtos de madeira (-7,4%), artigos de plástico (-6,9%) e produtos minerais não-metálicos (-5,1%). Máquinas e equipamentos, com alta de 4,8% nas vendas, foi o única setor a registrar crescimento.

No acumulado do ano em comparação com o mesmo período de 2009, dos 16 setores pesquisados, 13 apresentaram expansão no faturamento. Entre os segmentos com altas mais expressivas estão produtos metálicos (42,9%), metalurgia básica (34,7%), máquinas e equipamentos (34,2%), material eletrônico e equipamentos de comunicação (29,6%), móveis (27%), produtos químicos (25,4%), confecções e artigos do vestuário (14%), produtos não-metálicos (11,6%) e produtos têxteis (10,9%).

Os três segmentos que apresentaram retração no período foram veículos automotores (-49,1%), alimentos e bebidas (-15,3%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-0,02%).

Em abril, as horas trabalhadas na produção reduziram 4,6% ante março, contudo, no acumulado do ano o indicador registra alta de 5,3% em comparação com mesmo período no ano passado. A massa salarial real (já descontada a inflação) fechou abril com
decréscimo de 0,9% em comparação a março, mas de janeiro a abril, as remunerações pagas aos trabalhadores tiveram alta de 3,5%.

Ainda em abril, a utilização da capacidade instalada teve ligeira queda de 0,03% pontos percentuais se comparada a março, ficando em 86,1%. De janeiro a abril, o indicador que mede a capacidade produtiva das indústrias fechou em 85,8%.

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