sexta-feira, 22 de outubro de 2010

‘Lei Seca’ pode não ter mais efeito

Após deliberação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de arquivar uma ação criminal contra um motorista que foi flagrado dirigindo bêbado e se recusou a fazer o teste do bafômetro e exame de sangue, a lei seca sofre ameaça e pode não ter mais efeito.

O STJ argumenta que só é possível comprovar embriaguez a partir da realização de exames. Desse modo, os condutores que forem surpreendidos aparentemente bêbados e se negarem a fazer os testes não poderão ser presos. A medida parte do principio estabelecido na Constituição de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si.

Para o presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Carlos Salgado, esse contexto torna a lei seca ineficaz. “Não há como punir os infratores por mais evidente que se aparente a embriaguez. Ficamos de mãos atadas para adotar medidas de repreensão nestas situações, que representa um risco físico e social tanto para quem conduz embriagado quanto para toda a comunidade”.

Os números da Polícia Militar (PM) apontam que desde abril de 2007 até o começo do mês de outubro foram 1.765 flagrantes nas operações montadas, que contaram com 1.518 recusas.

Apesar do constrangimento de ser parado e confrontado com a evidência de embriaguez ser útil, não é suficiente para inibir a mistura álcool e volante. Nesse sentido, a punição é essencial.

Contudo, vale lembrar que a lei seca não é o único caminho. “É necessário investir em ações preventivas e, principalmente, proibir a publicidade de álcool”, resume Carlos Salgado.

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