sábado, 21 de novembro de 2009

Lepper nega que coloração azul vazou da empresa

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

A Companhia Fabril Lepper ainda não decidiu como vai proceder a respeito da multa de R$ 252.450,00 aplicada pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), que acusa a empresa de poluir o rio Cachoeira em 3 de agosto passado, com uma mancha azul. A assessoria de imprensa da Lepper, que nesta semana abriu suas portas à reportagem da Gazeta para mostrar como funciona sua estação de tratamento de resíduos, informou que a empresa não sabe se vai recorrer da multa, depositar o valor em juízo ou mesmo pagar o montante e encerrar o caso. O prazo para e empresa se manifestar termina em 2 de dezembro.

O fato é que a empresa admite que poluiu o rio com partículas acima do que o permitido por lei, mas nega que a coloração azul que atingiu o rio tenha vazado de suas instalações. Segundo a empresa, o problema foi identificado na caixa de passagem da estação, que é a última etapa do sistema antes da água ser despejada no rio. Segundo a Lepper, partículas poluentes se soltaram das paredes da caixa. Trata-se de um cubo de 1X1 metro, com cerca de 1,5 metro de profundidade. O local tinha resíduos. A empresa acredita que o que estava ali, acumulado, pode ter se desprendido.

Para evitar novas ocorrências, segundo a empresa, a Caixa de Passagem foi revestida com cerâmica branca para que seja possível confirmar, visualmente, a condição da água que passa pelo local. Com 102 anos de existência a Lepper se defende que nunca havia sido multada por órgãos ambientais. A empresa informou ainda que possui Licença Ambiental de Operação (LAO) da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) desde 1982. A licença é validada a cada quatro anos e a autenticação mais recente aconteceu em 27 de julho de 2009.

Um comentário:

Um inconformado disse...

Não importa se foi da caixa de passagem ou de outro lugar qualquer.
Essa industria está funcionando ha mais de 100 anos. Não nego que trouxe grande progresso à cidade, por isso a respeito.
Mas a imprensa, a Fundema e demais atores desse teatro estão tratando a coisa como se fosse a primeira vez que isso ocorre. E todos nós sabemos que o despejo dessa sujeira vem acontecendo há décadas.
Na verdade, aquela "Industria Textil" tem um passivo ambiental monstruoso com a cidade de Joinville. Passivo esse que ninguem está se lembrando de cobrar...
Uma multinha de 252 mil reais é muito pouco diante do assassinato de um rio inteiro.
E não nos esqueçamos também de que ela não foi, nem é a única responsavel. Boa parte dos prósperos associados da ACIJ são co-autores do assassinato.
É caso para se pensar, senhor Carlito. Até porque o PT é especialista em "cobrar passivos"...