quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Jovens são cada vez mais consumistas

Por Gisele Krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br

Pesquisa realizada em três capitais do Brasil aponta os jovens de classe A, B e C como os mais consumistas, atrelados às novas tecnologias e mais conservadores. O estudo foi realizado pela Bridge Research, empresa de pesquisa de mercado com foco na prestação de serviços de inteligência na área de tecnologia, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Foram analisados comportamento e perfil de consumo para a chamada geração “Y” (Geração do Milênio).

O estudo foi baseado em entrevistas pessoais com 672 jovens. São eles, 48% homens e 52% mulheres, com idades entre 18 e 30 anos.

O presidente da Bridge Research, Renato Trindade, diz que a Geração Y – nascidos entre 1978 e 1990 – possui uma nova forma de ver e atuar no mundo; novos valores e comportamentos desenvolvidos a partir da integração da tecnologia ao cotidiano, uma vez que cresceram jogando videogame e ouvindo música na internet.

Os nascidos entre 1978 e 1980 apresentam mais responsabilidade, maior estrutura de gastos. Além de dar maior valor à visão da família e aos estudos. Já os que nasceram entre 1990 e 1995, estão mais atrelados aos valores da Geração Y, têm menor estrutura de gastos e maior envolvimento com tecnologia e inovação.

A pesquisa destaca que o mais importantes para os jovens são velocidade, liberdade, consumo, individualidade e tecnologia. “Esses valores se confundem com a própria pós-modernidade desses jovens, que são impulsivos, têm baixa reflexão e são incansáveis na busca por inovação”, afirma o executivo.

Lazer


Para o lazer, a academia e os cuidados com o corpo são o foco da juventude. Ir ao teatro e ao museu é considerado atividade parada.

Veja os que eles gostam de fazer:
Navegar na internet e visitar redes sociais como Orkut, Messenger e Blogs;
Praticar esportes e ir à academia;
Assistir televisão e ir ao cinema.

Carreira profissional

Para esta nova geração, o trabalho é sinônimo de dinheiro, estabilidade financeira. O jovem pode até se sentir feliz com o que faz, mas o propósito maior é crescer financeiramente.

O modo de buscar um emprego também mudou. Para jovens de classe A, o que vale é a indicação e as redes sociais. Já para a B, a internet e os pais de amigos colaboram para encontrar trabalho. Já os de classe C, buscam a internet, envio de currículo e agência de emprego.

Política

“Não sei se não gosto porque não entendo, ou porque não me forço a entender…”, diz outro entrevistado. Para os pesquisados, a política é desinteressante – não acompanham as notícias, embora compreendam que seria importante; possuem uma visão cética.

Comunicação

“Se a internet me dá mais opções e praticidade, por que ler jornal? É um gasto a mais…”, simplifica outro entrevistado. O estudo mostra que os jovens se afastam cada vez mais do hábito de comprar e ler jornais. A televisão e a internet tomam contar por terem mais rapidez.

Consumo

“Quando quero ficar mais feliz me dou de presente uma roupinha. Vou ao shopping e compro mesmo com o meu cartão…”, diz um entrevistado da classe C. A Geração Y acredita que dinheiro e estabilidade são mecanismos para a obtenção de prazer.

O que essa geração quer é poder sobre as pessoas, estabilidade financeira, progresso e realização pessoal.

Os gastos variam conforme a classe social de cada indivíduo e o que modifica as formas de consumo é a contribuição cada vez menor no orçamento familiar.

Os Ys das classes A e B atrelam o consumo à busca pelo prazer. Já os da classe C, variam os gastos entre as responsabilidades e a busca esporádica por prazer.

Em que os jovens gastam o dinheiro:

Classe A: baladas, roupas e acessórios, higiene pessoal e novidades.

Classe B: idas à praia ou interior; lazer em geral; carro, moto e acessórios; cosméticos e beleza.

Classe C: gasta com higiene pessoal; contribuição no orçamento familiar; estudo; diversão; transporte; roupas e acessórios – o menor gasto é com viagens.

Nenhum comentário: