terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Obra não sai e Morro do Meio enfrentará novos isolamentos

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

A obra prevista para combater os constantes isolamentos do Morro do Meio provocados por chuvas fortes e que foi anunciada como uma das prioridades do governo Carlito Merss (PT), segue a passos de tartaruga e não tem data para sair do papel, prejudicando quase 10 mil moradores do bairro. Por outro lado, permanece na lembrança do joinvilense a campanha eleitoral de 2008, quando o então candidato petista a prefeito apareceu em seu programa de TV de capa e guarda-chuva na rua Minas Gerais, principal acesso ao bairro e ponto nevrálgico do problema, garantindo que as enchentes iriam acabar “porque a Prefeitura daria prioridade às obras para evitá-las”.

Até o momento, a obra se limita a um estudo geotécnico e projeto de pavimentação para elevação do leito da rua Minas Gerais, que tem como referência a ponte sobre o rio Águas Vermelhas. O projeto é de responsabilidade da empresa Azimute Consultoria e Projeto de Engenharia, contratada no fim do governo Marco Tebaldi (PSDB). De acordo com o diretor técnico comercial da empresa, Antonio Carlos Ramuski, serão necessários mais 90 dias até que o estudo seja entregue à Prefeitura, ao custo de R$ 70 mil.

De acordo com Ramuski, com o projeto já nas mãos da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura), serão necessários pelo menos outros três meses para a obra ser executada, caso as condições climáticas colaborem, sem contar com o tempo levado para concluir a etapa anterior, que é processo de licitação. Portanto, tudo caminha para que a obra não ser executada em 2010 e a população do Morro do Meio deverá entrar em 2011 enfrentando os mesmos problemas causados pelas enchentes.

O engenheiro da Azimute justificou a demora na entraga do estudo: “O solo da região é turfoso, mole (pantanoso) e é preciso um estudo geotécnico bastante complexo para decidir que tipo de pavimentação vai ali (na Minas Gerais). A drenagem também é complexa. Estamos fazendo ensaios para terminar o projeto”. Ramuski disse ainda que Carlito vem pedindo agilidade na conclusão do estudo desde setembro de 2009.

Ensaios geotécnicos servem para caracterizar as propriedades físicas, mecânicas e hidráulicas dos materiais utilizados em pavimentação de vias. Os ensaios determinam, por exemplo, a umidade do material coletado no local em que uma obra será executada. A Seinfra foi procurada para falar sobre o assunto, mas não deu retorno à reportagem. A Secretaria Regional do Nova Brasília (unidade administrativa que também cuida do Morro do Meio) informou que não tem detalhes sobre a obra na rua Minas Gerais. “O que fazemos a ajudar, junto com a Defesa Civil, as famílias prejudicadas pelas chuvas”, disse o gerente da regional, Edílson Duarte.

Primeiro temporal de 2010

Com a não-execução da obra, que prevê a elevação de um trecho de 1,4 mil metros do leito da Minas Gerais, cenas de indignação e desespero como as vividas por moradores do Morro do Meio no temporal que atingiu Joinville nos últimos dias 14 e 15 (quarta e quinta-feira), deverão se repetir. No temporal, o rio Águas Vermelhas transbordou e as águas avançaram sobre plantações de arroz e rua Minas Gerais, formando uma imensa lagoa.

Apenas motoristas de caminhões e ônibus se arriscavam em atravessar o local, enquanto ambulâncias, viaturas policiais, da Defesa Civil e outros veículos de menor porte desistiam do trajeto. A opção para alcançar o Morro do Meio passou a ser pelo bairro Vila Nova, através da rua XV de Novembro, Rodovia do Arroz e Estrada Barbante, onde os motoristas também enfrentaram pontos de alagamento.

Ex-morador do bairro, José Luiz da Silva foi obrigado a interromper a ida de motocicleta ao Morro do Meio ao se defrontar com o ponto alagado. “Morei no bairro durante 20 anos e lembro da campanha do prefeito Carlito. Decidi me mudar justamente porque não agüentava mais essa coisa de ficar isolado em dias de chuvas. As autoridades nunca deram uma solução prática para o problema”, declarou José Luiz.

Já o “ainda” morador do Morro do Meio Jair Costa também estava indignado. Sem conseguir chegar em casa de carro pela Minas Gerais, disse que iria prolongar a viagem pela Vila Nova, mas já com ideia de colocar o imóvel a venda. “Não quero mais ficar no bairro”, disse ele. Dezenas de residências próximas das margens do rio Lagoinha, dentro do Morro do Meio, também ficaram alagadas. As chuvas ainda causaram prejuízos nos bairros Vila Nova, Jardim Sofia, São Marcos e Paranaguamirim, onde parte de uma casa caiu no Rio Velho.

Um comentário:

Anônimo disse...

De que vai adiantar levantar a rua se o problema é velho, que liberou aqueles loteamentos? Com certeza não foi o Carlito, quem sabe foi o Luis Gomes " Lula" de Joinville que só fez merda e é do mesmo partido do Kennedy..
Se liga Kennedy, vai pra Assembléia trabalhar que tu foi eleito pra trabalhar lá, não pra ficar em Joinville fazendo demagogia.
Carlos Roberto da Silva
karlosr_silva@yahoo.com.br