quarta-feira, 19 de maio de 2010
Eles querem investigar mais
Policiais federais paralisam por reestruturação na carreira
Os policiais federais de todo o Brasil paralisaram nessa manhã de quarta-feira, 19 de maio, suas atividades para lutar por uma reestruturação na carreira e uma modificação nas obrigações. Em Santa Catarina, a iniciativa começou às 8 horas e foi até o meio-dia. Já, no restante do País, o protesto é mantido até às 18 horas. A paralisação atingiu ações rotineiras, como oitivas em cartórios, diligências em operações e entregas de passaporte.
O agente Anfrísio Ladeira disse que as entregas de passaporte em casos de emergência não foram afetadas, como para viagens nos próximos dias ou vinda de pessoas de cidades distantes. "Excepcionalmente, em Santa Catarina, a paralisação terminou ao meio-dia por causa das enchentes de hoje nas cidades em que choveu muito", afirmou Ladeira.
"Queremos uma reestruturação na carreira. Hoje, apesar do alto nível técnico, os agentes são subutilizados e, consequentemente, desprestigiados", argumenta Ladeira. Há um projeto de lei orgânica da Polícia Federal na Câmara dos Deputados. A reclamação é de que ela atende somente aos delegados, que tem suas atribuições, como chefia e coordenação. Ao agente, caberia somente a função de executar.
"Isso é incompatível dentro das atividades que vemos desempenhando. Incompatível com o nível intelectual dos agentes. Tem causado um descontentamento muito grande", reclama Ladeira. Segundo ele, cerca de 50% dos agentes fazem função cartorária. "É um percentual muito elevado. Se for feita uma reestruturação, poderia colocar esse pessoal investigando e produzindo provas necessárias para as operações", diz.
Para ele, há uma contradição grande, pois em Brasília, existiria dificuldade em conseguir policiais para as operações. "Há muita gente em função pouco produtiva que poderia ser utilizada para chegarmos a uma polícia moderna e eficiente, que satisfaça os anseios da população", complementa.
texto: Renato César Ribeiro
foto: Ronaldo Candido
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