Greve na saúde deve aumentar

A greve dos servidores estaduais da saúde, que começou na última terça-feira (03), deve aumentar nos próximos dias. Cada vez mais trabalhadores estão aderindo à paralisação e diversos setores da sociedade têm dado apoio ao manifesto. Somente no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, mais de quarenta profissionais do pronto socorro estavam em greve na última quinta-feira.

O presidente do sindicato, Valério Rodrigues, alerta para a população que não procure os hospitais onde há greve e que vão para os Pronto-Atendimentos do município.

Na Maternidade Darcy Vargas a adesão chegou a 80% dos servidores da área de enfermagem.

O que os profissionais pedem é reajuste salarial em 16,76%, no vale alimentação em 80,65% - hoje é R$ 132 – também a ser incluído na licença prêmio e nas férias, insalubridade nos índices de 20, 30 e 40%. Além de aposentadoria aos 25 anos de trabalho.

O presidente do sindicato conta que recebe R$ 900 por mês e que o reajuste que teve desde 2006 é de R$ 27. Sorri e ironiza: “agora eu ganho R$ 927”.

O Governo Estadual destacou duas viaturas e policiais para manter o controle da greve. “Estamos pacíficos. Eu queria terminar a greve hoje. Mas preciso de uma proposta do governo”, diz Valério.

A Secretaria Estadual de Saúde informou em nota à imprensa que não fará negociações com os grevistas. Também afirma que os atendimentos nos setores de emergências estão regularizados.

A direção da Maternidade Darcy Vargas afirma que apesar da greve a instituição continua atendendo. O diretor da maternidade, Armando Pereira, diz que somente 3% dos servidores aderiram à paralisação. Mas confirma que os atendimentos vão prosseguir mesmo com número reduzido de funcionários.

O secretário da Fazendo, Antonio Gavazzoni, anunciou que o governo não vai ceder à pressão do Sindicato dos Servidores da Saúde. O secretário acha que essa onda de movimentos grevistas possa ter sido inspirada pelo anúncio da saída do Governador Luiz Henrique da Silveira, no próximo ano. E não pela falta de reajustes.

Mas o sindicato rebate e diz que o Governo é

defensor da privatização do sistema de saúde, e do outro lado os servidores lutam pela qualidade pública. Afirmam que falta envolvimento e comprometimento do Governo do Estado.

Em nota, o sindicato convida as pessoas para conherem a realidade do sistema público de saúde que “não é nada luxuosa”. Conforme a entidade, o povo que precisa de atendimento sofre por falta de estrutura física e até de uma

cadeira para esperar atendimento. Além da falta de mão-de-obra e investimentos.

“O objetivo principal da greve é garantir melhor qualidade para os usuários e condições dignas de trabalho para os servidores”, menciona a nota do sindicato.

Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc) deu apoio aos grevistas na terça-feira. “Chamamos o Governo do Estado para que reconheça a legitimidade do movimento e das reivindicações apresentadas pela categoria, assim como atender as mesmas, pois os trabalhadores da saúde estão somente pleiteando o que é de direito”, explica João Manoel da Costa, da Aprasc.