Hezbollah seqüestra equipe da TV Globo e correspondente brasileiro da BBC
Uma equipe de reportagem da TV Globo foi feita refém de integrantes do Hezbollah. Os correspondentes Marcos Losekann e Paulo Pimentel estavam fazendo matéria sobre uma lanchonete temática em Beirute quando foram abordados por militantes armados. Junto com eles estava o jornalista brasileiro Tariq Saleh, correspondente para a BBC em Beirute e também colaborador da Folha de S.Paulo.
Eles foram obrigados a entrar em um carro com cortinas que impediam a visão externa. Sob a mira de armas, foram interrogados e ficaram presos durante cinco horas.
"Não, não fomos agredidos fisicamente, mas o fomos moralmente. Não fomos torturados, nem colocados em cativeiro como os paranóicos islamofobíacos adoram pregar. Mas o Hezbollah mostrou a sua cara, mostrou que tem duas facetas – a resistência a Israel e a resistência ao próprio Líbano", relatou Tariq Saleh em seu blog.
O correspondente da BBC contou que não foi a primeira vez que foi detido pelo Hezbollah. Ele viveu situações semelhantes no sul do Líbano.
Depois de liberados, receberam ordem de embarcar no primeiro vôo para Londres.
Os militantes devolveram os celulares sem os cartões de memória e a câmera sem a fita, mas as imagens captadas para a reportagem estavam numa outra fita que não foi apreendida (veja a reportagem).
A reportagem estava sendo filmada numa lanchonete inspirada nos conflitos armados da região. Localizada no bairro Dahiye, controlado pelo Hezbollah, ela serve refeições ao som de tiroteios e ataques aéreos.
Segundo reportagem exibida no Jornal Nacional desta segunda-feira (18/08), o grupo islâmico controla o trabalho da imprensa. A credencial emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do Líbano não tem validade para os militantes.
O Consulado do Brasil em Beirute apresentou uma queixa formal contra os abusos sofridos pelos jornalistas, mas o governo do Líbano admitiu que nada pode fazer contra o Hezbollah.
Fonte: Comunique-se
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