Rogério Giessel – rogeriogiessel@hotmail.com
O médico Roque Angerami, estava na UTI do Hospital Santa Catarina, da qual, é coordenador administrativo, quando começou o caos causado pelas chuvas em Blumenau , uma das cidades mais atingida pelas enchentes. O médico contou que durante seu plantão no último fim de semana, aquela unidade de saúde sofreu com deslizamentos de terra, que causaram falta de energia, de água e de oxigênio. “A situação era desoladora e de destruição. Nunca imaginei que fosse vivenciar algo parecido. Tudo piorou quando um deslizamento comprometeu a rede de oxigênio. Ficamos ilhados, isolados no hospital por três dias, sem água, energia elétrica e oxigênio para os pacientes. O oxigênio foi resolvido com uma ação conjunta dos que estavam no hospital, além do Exército, da Defesa Civil e da Polícia Militar, que foram a uma distribuidora e trouxeram cilindros para usar nos diversos setores do hospital.
Enquanto isso, a chuva e os deslizamentos continuavam”, relata o médico. Angerami diz ainda, que na ocasião havia cerca de dez médicos no hospital.“Tínhamos que fazer as coisas funcionar, pois, cem pacientes estavam internados. O atendimento no pronto socorro foi interrompido devido à impossibilidade de acesso – ninguém saia e ninguém entrava. Nosso contato com o exterior durante às 48 horas, foi somente por meio do rádio, que transmitia informações de forma ininterrupta”.
Doenças e acidentes com animais peçonhentos devem aumentar demanda do hospital nos próximos dias
Segundo ele, devido às características da catástrofe, que foi extremamente violenta, houve atrasos no atendimento às vitimas em função das quedas de barreiras e os alagamentos. o médico também afirma que os pacientes mais graves não conseguiram sobreviver. Outras situações alarmantes poderão ocorrer. “Estimamos um grande número de pacientes com doenças infecciosas nos próximos dias, como leptospirose, diarréia, hepatite viral, tétano e acidentes com animais peçonhentos. Acreditamos que a partir daí as UTIs tenham uma demanda aumentada de pacientes”.
Racionamento de materiais básicos
De acordo com o médico, o racionamento de materiais foi inevitável. “Nesse momento era de suma importância determinar as prioridades e planejar ações em possíveis emergências, como o uso racional dos suprimentos, da água, dos gases e da energia; distribuição dos pacientes conforme a disponibilidade de enfermeiros e técnicos nos diversos setores do hospital; racionalização de exames complementares (o laboratório foi atingido) e até mesmo o uso de medicações, nutrição parenteral e hemodiálise e serviços que dependessem de deslocamento de pessoas e material”, explica.
Um comentário:
Roque, você é dez!
Parabéns a você e teus colegas!
Força para toda a população atingida!
Estamos, em Curitba torcendo, enviando ajuda e principalmente orando por vocês!
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