Postado por: Rogério Giessel
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) recebeu com preocupação a informação publicada na sexta-feira (07/11) pela Folha de S. Paulo de que a Polícia Federal (PF) teria supostamente quebrado o sigilo telefônico de jornalistas que realizaram a cobertura das prisões da Operação Satiagraha.
“Se de fato ficarem comprovadas essas acusações, serão duas ilegalidades: a quebra do sigilo da fonte e do sigilo telefônico sem autorização judicial. A Fenaj vê com preocupação pelo precedente que se abre”, avaliou o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo.
Por meio de nota divulgada à imprensa ainda na sexta, a PF negou a quebra do sigilo telefônico de jornalistas. No sábado (08/11), a Folha publicou matéria na qual o delegado que investiga o caso, Amaro Vieira Ferreira, reafirma o respeito ao direito do jornalista de sigilo da fonte, mas informa que irá identificar, por outros meios, os responsáveis pelo suposto vazamento.
“Se a investigação levar a A, B ou C, não me interessa. O sigilo da fonte não é meu, é do jornalista. Posso chamar o jornalista e perguntar quem o avisou. Ele pode se manter em silêncio. E eu, como policial, posso buscar outros caminhos para descobrir quem vazou", disse Ferreira à Folha.
Para o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo, as informações que chegam ao público sobre a Operação Satiagraha e os seus desdobramentos são “nebulosas”, não permitindo que o cidadão faça uma avaliação segura sobre os fatos. Disse ainda que esse cenário prejudica a imagem da PF perante a opinião pública. Com relação às investigações sobre o vazamento, Azêdo foi categórico: o sigilo da fonte deve ser respeitado.
“A polícia tem o direito de investigar tudo que ocorre em relação a determinado fato, desde que não viole o direito dos jornalistas ao sigilo da fonte”, afirmou Azêdo.
Fonte: Comunique-se
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