Postado por: Rogério Giessel
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, nesta quinta-feira, na reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), a criação de uma nova linha de R$ 10 bilhões para, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), financiar empresas exportadoras.
Há cerca de um mês, o próprio Mantega havia anunciado novas linhas de financiamento do banco de fomento, no valor de R$ 5 bilhões.
Estamos anunciando mais R$ 10 bilhões para o BNDES, de modo que ele vai utilizar para capital de giro para grandes empresas, médias empresas, pré-embarque e empréstimos-ponte. São mais R$ 10 bilhões, além dos R$ 90 bilhões que ele já tem para poder irrigar o mercado diretamente em empresas que estão necessitando para fazer seus investimentos, tocar adiante as suas atividades. Tudo em condições de mercado, disse o ministro.
De acordo com Mantega, parte dos recursos da nova linha de financiamento virá do Tesouro Nacional, que vai disponibilizar títulos ao BNDES, que os venderia, garantindo a emissão de Certificado de Depósito Interbancário (CDIs), que seriam colocados à disposição dos bancos privados.
Vamos mexer um pouco no compulsório e vamos orientar, mas em condições boas para os bancos, com CDI em valor de mercado. É uma operação que vai fortalecer a liquidez- explicou, enfatizando que a medida "não é nenhuma ajuda, nenhuma bondade que se faz. Simplesmente se dão condições de liquidez.", explicou.
Mais prazo para impostos
Mantega também confirmou, durante discurso na reunião, que o governo vai alongar os prazos para o pagamento de impostos e contribuições federais, uma demanda que foi formalizada pelo setor empresarial para enfrentar a turbulência gerada no País por conta da crise financeira internacional.
Ele confirmou que o governo vai trabalhar para acelerar a devolução dos créditos tributários.
Vamos acelerar a devolução dos créditos tributários. Vou montar uma equipe, vou fazer uma espécie de mutirão para agilizar as devoluções dos créditos tributários para diversos setores da economia- comentou, sem dar detalhes.
"Não são poucos os créditos que nós temos, e vamos agilizar essa liberação. Também será um bom capital de giro para as empresas.", disse.
De acordo com o ministro, o alongamento do prazo de recolhimentos de tributos incluirá o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o PIS/Cofins, imposto de renda retido na fonte e contribuições previdenciárias.
Decidimos postergar a data de pagamento de alguns tributos. Estamos fazendo algo que não é muito grande porque senão impacta as contas públicas e nesse momento é importante que nós possamos cumprir as metas de superávit primário, tenhamos um bom desempenho fiscal- explicou o ministro.
Entre os impostos, o IPI terá dez dias a mais para o pagamento, passando do dia 15 para o dia 25 de cada mês. A data de quitação de PIS e Cofins passa do dia 20 para o dia 25; imposto retido na fonte terá pagamento postergado do dia 10 para o dia 20; e a contribuição da Previdência passa do dia 10 para o dia 20.
É um alívio para as empresas que terão dez dias a mais de capital de giro para pagar as suas contas- argumentou, observando que as medidas anunciadas têm caráter "emergencial".
Essas medidas que eu mencionei são as medidas que eu consideraria ainda emergenciais para atacar o problema de imediato, na sua forma mais imediata- disse.
JB On Line
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