A confiança dos industriais catarinenses na economia apresentou leve alta em outubro. O índice alcançou 60,8 pontos, crescimento de um ponto sobre o resultado de setembro. O indicador de outubro está acima do nível pré-crise, de 58,5 pontos, e da média histórica, que é de 58,7 pontos. A pesquisa, realizada pela Federação das Indústrias (FIESC) em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), reúne 125 indústrias do estado dos segmentos de transformação e da construção civil.
O primeiro vice-presidente da FIESC, Glauco José Côrte, afirma que a confiança do industrial no início do ano foi elevada, chegando a 66 pontos, devido à expectativa de recuperação econômica mais robusta. "A partir do segundo semestre, entretanto, ocorreram oscilações, com o indicador registrando uma média de 60,5 pontos. Apesar disso, a confiança permanece alta", avalia Côrte.
O índice varia num intervalo de 0 a 100. Acima de 50 indica confiança e abaixo falta de confiança na economia. O indicador que mede as condições atuais da economia fechou em 55,9 pontos, com alta de 1,7 ponto em relação a setembro. O índice que mede a expectativa dos empresários para os próximos seis meses passou de 62,6 pontos em setembro para 63,3 pontos em outubro.
Os empresários da construção civil estão mais confiantes que os da indústria de transformação. O índice de confiança da construção somou 65,7 pontos enquanto o da transformação ficou em 60,2 pontos em outubro.
Côrte chama a atenção para o fato de a produção industrial catarinense ter crescido 9,4% de janeiro a agosto deste ano, enquanto as vendas aumentaram somente 1,3%. "A indústria apresentou crescimento acentuado de produção no inicio do ano, acumulou estoque e, agora, tem as vendas afetadas pelas importações, que cresceram cerca de 70% em 2010. Ou seja, há um nítido descompasso entre produção e vendas", explica.
A queda do dólar é a questão crucial do momento, disse ele. Embora a apreciação do câmbio seja positiva para que o Brasil possa comprar bens de capital e tecnologias, além de reduzir a dívida das empresas brasileiras no exterior, é um obstáculo à competitividade dos produtos catarinenses no mercado internacional. Côrte ressalta que a moeda brasileira foi a que mais valorizou em comparação com outros países emergentes. De dezembro de 2003 a setembro de 2010, a valorização chegou em 89%, enquanto na Índia foi de 28%, no Chile 16% e na Rússia 47%.
O primeiro vice-presidente da FIESC disse que as medidas do governo para frear a valorização do real são isoladas e não devem ter impactos relevantes. Ele defende a desoneração das exportações (que nos últimos meses só cresceram devido ao ajuste de preços e não ao crescimento no volume dos embarques), a redução da taxa de juros e as reformas estruturais.
fonte: Dâmi Cristina Radin - Assessoria de Imprensa do Sistema FIESC
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