terça-feira, 13 de julho de 2010

Santa Catarina e Paraná se unem para encontrar criminosos seriais


O secretário da Segurança Pública e Defesa do Cidadão, André Luis Mendes da Silveira, assinou, nesta terça-feira (13), convênio com a Secretaria da Segurança Pública do Paraná para disponibilizar aos policiais catarinenses acesso ao banco de dados de criminosos seriais, projeto pioneiro da Polícia Civil paranaense.

O banco de dados vai auxiliar na elucidação de crimes violentos praticados contra crianças e adolescentes. A assinatura de convênio aconteceu em solenidade na Escola de Governo do Paraná e contou com a presença do secretário da Segurança Pública do Paraná, coronel Aramis Linhares Serpa e autoridades dos dois Estados.

Para o secretário André, esta troca de informações é essencial para reduzir o espaço do criminoso. O secretário confirmou que, nos próximos dias, a 6ª DP de Florianópolis e as demais especializadas no atendimento à violência contra a mulher, criança e adolescente vão receber senhas para alimentar o banco de dados.

Já o secretário Aramis Linhares Serpa, a intenção do Paraná é ampliar parcerias com os demais estados, até que esse banco se torne nacional, para depois envolver outros crimes. “O compartilhamento de dados é essencial para que possamos chegar mais rápido ao criminoso, que costuma cometer crimes semelhantes e em mais de um Estado”, afirmou Serpa.

Ele também adiantou que já está em conversa com o Rio Grande do Sul para firmar a parceria. O banco de dados é uma iniciativa do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) e surgiu depois de cinco anos de pesquisa e treinamento, que revelaram que, do total de casos de crianças desaparecidas, 5% eram encontradas mortas com crueldade.

“Os autores desses crimes eram pessoas que já tinham praticado atos semelhantes, em mais de um estado, ou seja, eram autores de crimes em série. A partir daí, iniciamos uma pesquisa no Departamento Penitenciário do Paraná, com pessoas condenadas por praticar crimes violentos contra crianças e adolescentes e fomos atrás de informações com polícias especializadas, como FBI, para chegar ao banco”, conta a delegada e coordenadora do Sicride, Ana Cláudia Machado.

O banco de dados contém informações de pessoas condenadas por crimes violentos praticados contra a criança e o adolescente, bem como outros dados relevantes, como a forma de atuação e a situação atual do condenado (se está em regime de liberdade, evadido ou preso). Além de auxiliar nas investigações, proporcionar o estudo do fenômeno e a elaboração de novas técnicas de prevenção, a ideia é proporcionar maior integração entre as polícias.

Os policiais que têm acesso ao banco afirmam que o sistema é bastante simples. “Este banco de dados é um divisor de águas na investigação policial. Com ele teremos a possibilidade de identificar os autores de casos semelhantes àqueles que integram o banco de dados”, explica a delegada Ana Cláudia.

Além das atividades de investigação policial, o Sicride atua na prevenção de crimes, com trabalhos direcionados às crianças com material gráfico desenvolvido com histórias reais e também com palestras e teatros. Ainda realiza envelhecimento digital de crianças desaparecidas e integra o banco de dados de DNA Caminho de Volta, da polícia de São Paulo, que colhe material genético de parentes de crianças e adolescentes que sumiram.

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