sexta-feira, 2 de julho de 2010

Setor de serviços lidera a retomada dos investimentos em 2010


No trimestre de 2010, o investimento empresarial atingiu o nível de 8,3% do faturamento líquido, superando os 7,8% observados no primeiro trimestre de 2009. O setor de destaque foi o de serviços (infra-estrutura e utilities inclusive), com elevação de 0,9 ponto percentual no investimento em relação ao percentual ao mesmo período de 2009, atingindo o patamar de 12,6% em relação ao faturamento líquido do 1º trimestre do ano de 2010.

As empresas do setor comercial também registraram boa recuperação nos seus níveis de investimento, passando de 1,9% para 2,5% do faturamento líquido na comparação 1º trim. 2010/1º trim. 2009. Somente a indústria revelou ligeira queda devido à elevada capacidade ociosa que se abriu no setor em função da eclosão da crise financeira internacional ao final de 2008. Assim, as empresas deste segmento atravessaram o ano de 2009 em processo de reaproveitamento da capacidade instalada na medida em que a economia brasileira recuperava-se da recessão.

No início de 2009 as empresas ainda sofriam com a crise desencadeada em 2008 e mantinham-se cautelosas com seus investimentos, atingindo o índice de 7,8% no primeiro trimestre, porém com o decorrer dos meses o mercado adaptou-se a nova realidade e a partir daí, com a estabilidade do emprego, aumento da demanda e a restauração da oferta de crédito deu-se início a retomada do crescimento culminando em um índice de investimentos no patamar de 8,6% ao final do período.

Ao se avaliar a série toda, iniciada no ano 2000, nota-se que a partir de 2005, quando houve um crescimento gradual na economia, houve maior alocação de recursos pelas empresas na aquisição de novas tecnologias, novas plantas e também na ampliação das já existentes.

Ressalta-se que o indicador de investimentos em imobilizado atingiu seu ápice em 2008 (10,2% do faturamento líquido), recorde histórico da série, que poderia ser maior, se as empresas não tivessem reduzido a alocação de recursos em ativo fixo diante da eclosão da crise financeira mundial no último trimestre daquele ano.

Para os próximos meses de 2010 espera-se a continuação dos investimentos, tanto para garantir o reforço gerado pela expansão da demanda, quanto para atividades de logística e infra-estrutura com as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), porém com taxas de crescimento menores em relação às observadas anteriormente, devido, sobretudo, as medidas anunciadas pelo governo como a elevação da taxa básica de juros (Selic) que visam minimizar a pressão inflacionária.

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