Em busca do mágico de Oz
No conto do mágico de Oz, a pequena Dorothy enfrenta uma tempestade. Ela pode ser comparada com o imunodeficiente que após várias infecções de repetição deve realizar uma série de procedimentos para confirmar o diagnóstico e acaba entrando num mundo totalmente novo.
Este paciente encontra o homem de lata sem coração que simplesmente informa que os procedimentos não são cobertos. Este é o plano de saúde.
Ao realizar reclamação para a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o paciente encontra o espantalho sem cérebro, que sem saber os motivos, continuamente, comunica que está avaliando a questão.
O leão sem coragem é encontrado ao se solicitar apoio aos representantes do povo, tais como deputados federais, que não se manifestam a respeito do assunto.
Mesmo pagando um plano de saúde, resta pagar separadamente pelos procedimentos ou utilizar os serviços do SUS.
Então o imunodeficiente vai em busca do mágico de Oz para que ele o faça retornar a vida normal, isto é, com o diagnóstico realizado e o tratamento sendo efetuado, sem ter que desembolsar nada a mais por isso.
A grande questão é: Quem é o mágico de Oz? Será que ele existe?
Assim como a Dorothy, o imunodeficiene normalmente é uma criança.
Por este motivo o personagem do mágico é representado pelos pais, que devem usar o SUS ou pagar pelos procedimentos, mesmo com todas as dificuldades financeiras, para trazer a vida normal a esta criança. Não há pai ou mãe que agüente ver o sofrimento de várias infecções que acabam deixando cada vez mais debilitado o paciente.
A grande mágica, na verdade, é vencer os obstáculos, preenchendo os formulários necessários, realizando todos os procedimentos, um a um, e finalmente fazendo o tratamento, por vezes com apoio solidário dos amigos e suporte de associações de imunodeficientes.
A persistência e a paciência são fundamentais neste momento.
Em nosso país a história destes anjos é assim, mas poderia ser diferente se o homem de lata tivesse coração, o espantalho cérebro e o leão coragem.
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