Morro do Meio ainda espera a solução de Carlito Merss

ROGÉRIO GIESSEL
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Quem não se lembra do então candidato e atual prefeito de Joinville, Carlito Merss (PT), na campanha eleitoral de 2008, trajando uma capa de chuva, em uma rua alagada do bairro Morro do Meio, zona leste da cidade? Na cena, que foi ao ar em seu programa eleitoral, ele prometia solucionar o problema das cheias naquele bairro.

Pois é, dois anos depois os moradores continuam sofrendo com os constantes alagamentos que ocasionam inúmeros prejuízos e o grave risco de doenças.

O calceteiro Valmir Rodrigues, 44 anos e sua esposa, a vendedora Geni Aparecida Pereira Rodrigues, 42 anos, moradores da rua Amanda Goll, no Morro do Meio, ainda contabilizam os prejuízos do temporal que caiu em Joinville na noite do último dia 5.

Valmir diz que já procurou a prefeitura para que o problema fosse sanado e recebeu uma resposta desalentadora. “Eles me disseram que não podem fazer nada. Eu moro aqui há 19 anos e já perdi cinco mudanças e uma casa com os alagamentos.” Lamenta.

O calceteiro também conta que no ano passado, o secretário de habitação do município, Alsione Gomes de Oliveira Filho, esteve no bairro. “Eu mesmo levei ele para conhecer o nosso drama, entretanto, nada foi feito”, reclama.

Enquanto Valmir conta seu drama, sua esposa olha desconsolada o guarda-roupa que ainda não foi totalmente pago e que já está danificado. Porém, a preocupação de Geni é ainda maior. “Agora no verão vai começar o pesadelo. Tenho duas netas de 5 e 9 anos que moram comigo, e com essa água contaminada que entra dentro de casa tenho muito medo pela saúde delas”, diz.

Não muito longe dali, na rua João Leuscher, a vigilante Rosane Deucher, 39 anos, também reclama do descaso do poder municipal. “Minha casa é cercada por valas de esgoto a céu aberto. Quando chove, e a rua enche, a água entra na minha casa pela tubulação”, desabafa.

Na mesma rua, o aposentado Virgilio Miranda de Moraes, 75 anos, diz que as enchentes o impedem de se locomover, pois sua casa fica ilhada. “Tenho problemas para caminhas. Imagine a dificuldade que tenho para enfrentar isso fazendo uso de uma bengala.”

Bairro Floresta continua sofrendo com a s enchentes

No bairro Floresta, o comerciante Osni Rincahetscki, 46 anos, foi encontrado limpando a frente de sua casa, na rua Antonieta de Barros, que foi tomada pela lama. “Está muito difícil a situação. Faz mais de 12 anos que a prefeitura não limpa esse rio. A conseqüência é essa lama e o mau cheiro insuportável, reclama.

Menos sorte que Osni, teve a professora Sonia Elisabeth Muller, 46 anos, que também trabalhava na limpeza de sua residência. De acordo com ela, o problema já antigo, mas, se agrava a cada ano. “Dessa vez, a água entrou na minha casa. Os caminhões e carros quando passavam na rua, provocavam ondas que inundaram o interior da casa. Perdi tapetes novos e o piso de madeira da casa”, conta a professora desolada que passou a madrugada levantando os móveis.