segunda-feira, 14 de março de 2011

Crédito às empresas sofrerá com aperto monetário

O Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito às Empresas recuou 0,4% em janeiro de 2011, a segunda queda mensal consecutiva deste indicador, atingindo o valor de 104,5.

Como o indicador possui a propriedade de antever, num horizonte médio de seis meses, as oscilações cíclicas da concessão de crédito, o resultado do indicador em janeiro sinaliza que o aperto monetário em vigor, o qual deverá ser aprofundado com novas elevações da taxa Selic, produzirá, ainda neste semestre, impactos restritivos sobre o crédito às empresas, a exemplo do que já vem ocorrendo com o crédito aos consumidores, desde dezembro.

Consumidor

O Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito ao Consumidor caiu 0,7% em janeiro de 2011, a décima queda mensal consecutiva, atingindo o valor de 99,5. Tal resultado sinaliza que o processo de desaceleração do crédito ao consumidor, iniciado em dezembro último, conforme mostraram as estatísticas oficiais, deverá prosseguir ao longo de todo o primeiro semestre de 2011.

O ambiente de aperto monetário (elevações da taxa Selic, aumento dos compulsórios e adoção de medidas macroprudenciais), combinado com um nível de endividamento mais elevado do consumidor, já começa a produzir uma evolução menos acelerada do crédito ao consumidor em 2011 (com recursos livres), comparativamente à expansão de quase 19% registrada no ano passado, observam os economistas da Serasa Experian.

Metodologia dos Indicadores Serasa Experian de Perspectiva

O objetivo dos Indicadores Serasa Experian de Perspectiva é antever, num horizonte de seis meses, em que fase do ciclo estarão as seguintes variáveis econômicas: (i) atividade econômica, (ii) concessões reais de crédito ao consumidor, (iii) concessões reais de crédito às empresas, (iv) inadimplência do consumidor e (v) inadimplência das empresas. Em geral, as variáveis econômicas apresentam ciclos compostos por quatro fases distintas: (1) expansão, (2) reversão, (3) crise e (4) recuperação. Os Indicadores Serasa Experian de Perspectiva mostrarão, justamente, a posição cíclica, para os próximos seis meses, de cada uma destas variáveis.

Cada Indicador Serasa Experian de Perspectiva é construído analisando-se o poder explicativo e a antecedência de explicação de um universo de 325 variáveis econômicas e financeiras sobre a variável-objetivo. Para tanto, todas as 325 variáveis “candidatas” bem como a variável-objetivo foram filtradas usando-se a técnica de ondaletas, a qual nos permite estudar as relações entre as variáveis “candidatas” e a variável-objetivo em diversas escalas de tempo. Hoje, as ondaletas são adotadas em diversos campos, como a física (dinâmica molecular, astrofísica, geofísica – previsão de terremotos, mecânica quântica), processamento de imagem (análise de EEG e DNA, clima, reconhecimento da fala e visão artificial) e compressão de dados (o JPEG 2000 utiliza essa técnica).

No caso, utilizamos as escalas de tempo compreendidas de 16 a 32 meses e de 32 a 64 meses, faixas onde se caracterizam os movimentos dos ciclos econômicos.

Para cada escala de tempo foram selecionadas, das 325 variáveis “candidatas”, aquelas que antecipam, de forma significativa, a variável-objetivo entre 6 e 18 meses de antecedência. Selecionadas as variáveis “candidatas”, estas foram agregadas mediante a aplicação de componentes principais, após terem sido colocadas na mesma fase de 6 meses em relação à variável-objetivo.

O resultado composto, isto é, em cada escala de tempo, dos modelos de projeção entre a variável-objetivo e os componentes principais, colocado em base 100, constitui o Indicador Serasa Experian de Perspectiva.

fonte: Serasa Experian

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