Diretor da Maternidade Darcy Vargas, Armando Dias Pereira, mostra instalações em reforma. foto: Eberson Teodoro
RENATO CÉSAR RIBEIRO
renato@gazetadejoinville.com.br
A Maternidade Darcy Vargas tem apresentado boa estrutura física e demonstra mais melhorias, porém ainda carece da falta de alguns médicos em determinadas especialidades. Esse é uma breve descrição do que apresentou o médico ginecologista e obstetra Armando Dias Pereira, diretor da maternidade, em coletiva de imprensa na manhã dessa terça-feira, 1º de março de 2011. Ele falou ainda do sonho em construir o Hospital da Mulher no mesmo lugar, projeto que teria oito andares.
Com relação à falta de profissionais, Armando precisa de 27 técnicos e dez enfermeiros. "A equipe é muito boa, mas temos dificuldades com relação ao número de profissionais. Assim fica difícil de fazer o atendimento". Ele conta que por causa da deficiência na rede pública, a Maternidade tem uma grande procura e chega a atender casos que não deveriam ser atendidos ali. "Sendo grávida, por qualquer motivo os postos de saúde mandam para cá", diz.
O diretor aponta que entre 50 e 60% das atendidas na Maternidade poderiam ter se consultado na rede básica de saúde. "Nós atendemos a todas. Nos PAs (Pronto Atendimentos), as gestantes são mandadas para a Maternidade automaticamente", avalia. Todos os atendimentos feitos na Maternidade Darcy Vargas são pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Com isso, o número de atendimentos chega a 2700 todos os meses, com médicos tendo de fazer de 60 a 70 atendimentos em uma manhã. Com relação ao número de médicos, a Maternidade está chamando os aprovados em concurso público. "Destes desistiram dois ou três por causa da pesada carga de trabalho", revela. Profissionais como pediatras foram contratados, mas ainda são necessários mais obstetras.
A Maternidade Darcy Vargas conta com 540 funcionários, sendo 48 médicos. São feitos 500 partos, dos quais 32% são cesárias. "Mantemos nosso nível de cesárias abaixo do permitido", informa Armando.
Armando Dias Pereira disse que entre 50 e 60% dos atendimentos na maternidade poderiam ser feitos nos postos de saúde. foto: Eberson Teodoro
Melhorias
Tirando os problemas, o médico Armando Dias Pereira cita os benefícios alcançados nos últimos 20 meses de trabalho. "Não temos problemas de equipamentos e melhoramos a estrutura", cita. Segundo ele, uma grande aquisição foi o aparelho de videolaparoscopia. Além disso, o Centro Cirúrgico está em obras há oito meses, tempo para se entrar nas normas exigidas pela Vigilância Sanitária, assim como foi feita uma reestruturação de toda parte física da Maternidade Darcy Vargas.
As obras do Centro Cirúrgico estão na espera de R$ 290 mil para sua finalização. Armando diz que já conversou com o governo estadual e esse dinheiro deve ser liberado através da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR). Ele será gasto na compra de um aparelho no-break, para quando faltar luz, e o cabeamento da energia elétrica para essa área. "Foi feita uma reforma geral nas duas salas de cirurgia, que estava há 20 anos sem reformas e apresentava até cupins", afirma.
Entre as melhorias estruturais apresentadas, há portas automáticas, condicionadores de ar em todos os ambientes, TV LCD com TV a cabo em todos os quartos e TVs LCD nas salas de espera, também cortinas onde antes eram usados lençóis para fechar as janelas e colchões novos. Ainda faltam as reformas no teto, calçadas e gradil, em que há projetos, mas que ainda não foram viabilizados.
"Podemos comparar a Maternidade Darcy Vargas com um hospital particular. O que tem lá tem aqui", aponta Armando.
Atendendo pelo SUS, a maternidade que é pública tem nível de hospital particular, segundo Armando. foto: Eberson Teodoro
Prestação de contas
Em dezembro de 2010, o governo estadual liberou R$ 732 mil para a Maternidade Darcy Vargas comprar 50 novos equipamentos: um novo bisturi elétrico, 18 detectores de batimento cardíaco fetal, 14 aparelhos de fototerapia, seis ventiladores pulmonares, um sistema de videocirurgia, dois monitores multiparâmetro, um oftalmoscópio binocular indireto, dois oxímetros de pulso, um arpirador cirúrgico, um cardioversor, um eletrocardiógrafo e dois berços aquecidos.
Em convênios fechados com a SDR, foram captados R$ 680,4 mil, utilizados na reforma do almoxarifado, do Centro de Materiais e Esterilização, no Centro Cirúrgico, na aquisição de novas portas com cartão ponto digital e relógios de acesso, catracas e crachás eletrônicos, sensores de presença, móveis, uniformes e câmara fria.
Através do convênio com a Universidade da Região de Joinville (Univille) foram recebidos R$ 121 mil, sendo que R$ 10 mil por mês. A Univille utiliza as dependências da Maternidade como hospital-escola para seus estudantes de medicina. Com esse montante, foram adquiridos cadeiras, móveis para o setor de informática, aparelhos de TV LCD para os quartos, frigobar e microondas, móveis e pinças para a UTI Neo Natal, prateleiras, móveis e reforma conforto médico, carro auxiliar para o Centro Cirúrgico, móveis para o projeto Mãe-Canguru e Refresqueira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário