A Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, condenou a detenção e a tortura pelas forças de segurança da Líbia de três jornalistas da BBC. Os três cobriam a situação na cidade de Zawiya quando foram detidos, espancados e submetidos a simulações de execuções por membros do exército e da polícia secreta da Líbia.
“Os jornalistas correm grandes riscos para garantir a cobertura exata do que está acontecendo em zonas de conflito,” disse Pillay. “Eles desempenham um papel extremamente importante para mostrar violações dos direitos humanos. Neste caso, sua própria experiência proporciona um exemplo ilustrativo dos tipos de violações que estão sendo cometidos na Líbia.”
A Alta Comissária disse que o fato de uma equipe de reportagem ser detida e tratada com tanta crueldade, o que poderia equivaler à tortura, é “completamente inaceitável” e uma grave violação do direito internacional. “Se uma equipe de televisão internacional pode ser submetida a este tipo de tratamento, fico extremamente preocupada com o tratamento dispensado aos opositores do regime líbio que têm caído nas mãos dos serviços de segurança,” afirmou. “A imprensa deve ser capaz de relatar o que está acontecendo na Líbia, sem enfrentar qualquer limitação, intimidação ou violência.”
Ela observou que os jornalistas ficaram em péssimas condições no centro onde foram detidos, e viram “sinais claros de que outros presos teriam sido submetidos a tratamento desumano, degradante e cruel.”
Pillay também expressou preocupação com o bombardeio aéreo contra civis e o uso de armas militares e tanques nas ruas da cidade, bem como relatos de execuções sumárias, estupros e desaparecimentos no país. A Alta Comissária lembrou aos oficiais das forças de segurança que eles serão responsabilizados pessoalmente por suas ações.
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