O líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, dá "sinais de estar aberto a conversar" com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse o ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, em videoconferência com estudantes dos EUA.
Gaddafi recomendou o diálogo com Bin Laden, considerado o mentor dos ataques terroristas de 11 de Setembro contra os EUA. Na época, o republicano George W. Bush, sucedido por Obama, era o presidente dos EUA e, graças a uma reação rápida, sua popularidade chegou aos 90% após os ataques.
Gaddafi, cujo país foi retirado da lista americana de patrocinadores do terrorismo em 2006, aconselhou Obama a dar uma chance para que Bin Laden mude.
Em palestra aos alunos da Universidade de Georgetown, por meio de uma ligação via satélite a partir da Líbia, Gaddafi disse que Washington deve rever a sua forma de lidar com Bin Laden.
"O terrorismo é um anão, não um gigante. Osama bin Laden é uma pessoa a quem deve ser dada uma oportunidade para que mude para melhor", disse Gaddafi, por meio de um intérprete. "Talvez ele queira a paz."
O ditador não deu qualquer indicação de que tenha algum contato com Bin Laden ou que esteja atuando como um intermediário. "Talvez possamos ter um diálogo com ele e descobrir o motivo que o levou a essa direção", defendeu.
Ele também defendeu uma nova abordagem sobre o Taleban, o grupo fundamentalista islâmico que foi tirado do poder no Afeganistão por uma coalizão liderada pelos EUA. Ele disse que o grupo, que abrigou Bin Laden, "não é como tem sido retratado", e que Washington também deveria rever as suas opiniões sobre o grupo.
Terror O próprio Gaddafi já foi listado como terrorista pelos EUA, considerado inimigo do país, chamado pelo ex-presidente Ronald Reagan de "Cachorro Louco do Oriente Médio". Em 1988, o governo líbio foi acusado de ter patrocinado a explosão de um avião com 270 passageiros, a maioria americanos, sobre a cidade de Lockerbie, na Escócia.
Mas as relações melhoraram durante o governo de George W. Bush, ao ponto de a secretária de Estado, Condoleezza Rice ter ido à Líbia e jantado com Gaddafi, em uma casa que foi bombardeada por aviões americanos em 1986.
Em outubro de 2008, o governo da Líbia entregou ao Departamento de Estado US$ 1,5 bilhão para ser divido entre 400 vítimas e parentes de pessoas atingidas pelos vários ataques terroristas atribuídos ao seu governo nos anos 80.
FOLHAPRESS.
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