segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Justiça decreta prisão preventiva de suspeitos de torturar equipe do jornal "O Dia"

A Justiça do Rio de Janeiro decretou ontem a prisão preventiva de oito suspeitos de participarem do sequestro e tortura de uma equipe de jornalistas do "O Dia". A decisão é do juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 1ª Vara Criminal de Bangu.

O crime ocorreu no último dia 14 de maio de 2008. Uma repórter, um fotógrafo e um motorista do jornal foram sequestrados e torturados por milicianos que atuam na favela do Batan (zona oeste do Rio) enquanto faziam uma reportagem.

A decisão atinge o cabo Fábio Gonçalves Soares, o Fabinho Catiri; o soldado André Luiz de Mattos, o Cocada; Marco Antonio Alves Deda Silva, o Marco do Bope; o ex-PM Wilson de Souza Guimarães Junior; o pedreiro José Antônio Rachel de Sousa, o Boi; Gladson da Silva Leite, o Dedo; Lincoln Barros Rodrigues, e Erland André da Silveira Carvalho.

Eles já estavam presos temporariamente desde dezembro do ano passado por decisão do mesmo juiz.

Na decisão, o juiz ressalta a necessidade de retirar os milicianos do meio da população. "Não é necessário grande esforço para se perceber a rota sangrenta que essa variante da criminalidade organizada do Estado vem diariamente adotando. Basta a leitura de qualquer jornal de circulação carioca para se ter certeza do alegado. Inúmeras mortes, fugas espetaculares de presídios de segurança máxima e até mesmo plano para tomar de assalto um quartel do Exército Brasileiro com objetivo de roubar fuzis já chegaram ao conhecimento da estarrecida população fluminense".
Para o juiz, a custódia cautelar dos suspeitos é importante para a garantia da ordem pública, bem-estar da sociedade e das testemunhas.

A milícia que sequestrou e torturou a equipe de reportagem do jornal "O Dia" na favela do Batan seria ligada à chamada Liga da Justiça --milícia que segundo a polícia é comandada pelo ex-deputado estadual Natalino Guimarães (sem partido).

Segundo o delegado substituto da Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), Fábio Cardoso, há um elo entre as duas quadrilhas, que atuam na zona oeste.

A Liga da Justiça é um grupo comandado por policiais, bombeiros e ex-policiais, que dominam favelas da zona oeste da cidade.

FOLHAPRESS.

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